21 razões pra rejeitar a SOLA SCRIPTURA
21 razões pra rejeitar a SOLA SCRIPTURA
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NÃO É ENSINADA EM PARTE ALGUMA DA BÍBLIA
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Talvez a razão que mais chame a atenção para rejeitar esta doutrina é que não existe nem mesmo um só versículo onde esta seja ensinada, e isto, portanto, torna esta doutrina auto-refutada.
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Em 2 Tm 3,16-17 lemos: Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, refutar, corrigir, educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para qualquer boa obra. Existem aqui cinco considerações que enfraquecem a interpretação protestante desta passagem:
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1 - A palavra grega ophelimus utilizado no v.16 significa útil e não suficiente.
2 - A palavra grega pasa, que geralmente é traduzida como toda, na realidade significa qualquer, e seu sentido se refere a cada uma ou qualquer uma das classes denotadas pelo substantivo a que está conectado.
3 - A Escritura a que Paulo se refere é o Antigo Testamento, um fato que é claramente referido pelo fato de as Escrituras serem conhecidas desde a tenra infância (v.15) por Timóteo. O Novo Testamento como conhecemos ainda nem mesmo existia, ou na melhor das hipóteses estava incompleto, então não poderia estar incluído no que Paulo quis dizer com o termo Escritura.
4 - A palavra grega artios, aqui traduzida como perfeito, à primeira vista pode fazer crer que a Escritura é de fato tudo o que é necessário. "Logo", alguém poderia perguntar, "se as Escrituras tornam o homem de Deus perfeito, que mais seria preciso? Por acaso a palavra 'perfeito' não significa que nada mais é necessário?".
5 - A palavra grega exartio no v.17, traduzida por qualificado (outras Bíblias trazem algo como equipado ou plenamente qualificado) é tida como uma prova pelos protestantes da Sola Scriptura pois esta palavra - novamente - implica em dizer que nada mais é necessário ao homem de Deus. Contudo, ainda que o homem de Deus seja qualificado ou plenamente equipado, este fato por si mesmo não garante que este homem saiba interpretar e aplicar corretamente uma passagem bíblica. (Lembram do pastor que trocou adúltera por adultera?
Com relação ao Ap 22,18-19, há duas considerações que desqualificam a Sola Scriptura. A passagem - quase a última da Bíblia - diz: Eu atesto a todo o que ouvir as palavras proféticas deste livro: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhes acrescentará as pragas escritas nesse livro. E se alguém tirar qualquer coisa das palavras deste livro profético, Deus lhe retirará a sua parte da árvore da vida e da cidade santa, que estão descritas neste livro.
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1 - Quando os versos desta passagem afirmam que nada deve ser acrescentado ou retirado das palavras deste livro profético, não estão se referindo à Sagrada Tradição sendo acrescentada à Sagrada Escritura. É óbvio pelo contexto que o livro aqui referido é o do Apocalipse, e não a Bíblia inteira. (Coisa básica de entender, mas os rebelados, que não estudam, não são capazes)
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2 - A mesma advertência de não acrescentar ou subtrair palavras é vista em Dt 4,2, que diz: Nada acrescentareis às palavras dos mandamentos que vos dou, e nada tirareis; assim guardareis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos dou. Se aplicarmos uma interpretação paralela com este verso, logo tudo o que está na Bíblia além dos decretos das leis do Antigo Testamento deveria ser considerado apócrifo ou não-canônico - incluindo o Novo Testamento!
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Aguardando contra-argumentos coerentes sobre os versículos acima.
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Não vai colar a postagem de versículos isolados. Queremos uma explicação racional, uma boa exégese da passagem acima. Será que conseguem? A BÍBLIA INDICA QUE DEVEMOS ACEITAR
A TRADIÇÃO ORAL
São Paulo recomenda e ordena a manutenção da Tradição Oral. Em 1 Cor 11,2, por exemplo, lemos: Eu vos felicito por vos lembrardes de mim em toda ocasião e conservardes as tradições tais como eu vo-las transmiti [4]. São Paulo está claramente recomendando que mantenham a tradição oral, e deve ser notado em particular que ele congratula os fiéis por fazê-lo (Eu vos felicito...). Também é explícito no texto o fato de que a integridade desta Tradição oral apostólica era claramente mantida, da mesma forma como Nosso Senhor havia prometido, sob o auxílio do Espírito Santo (cf. Jo 16,13).
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Talvez o mais claro apoio bíblico para a Tradição oral seja 2 Ts 2,15, onde os cristãos são enfaticamente advertidos: Assim, pois, irmãos, ficai inabaláveis e guardai firmemente as tradições que vos ensinamos, de viva voz ou por carta. Esta passagem é significante porque: a) mostra uma tradição oral apostólica vivente, b) diz que os cristãos estarão firmemente fundamentados na fé se aderirem a estas tradições e c) claramente afirma que estas tradições eram tanto escritas como orais. A Bíblia distintamente mostra aqui que as tradições orais - autênticas e apostólicas em sua origem - deveriam ser seguidas como componente válido do Depósito da Fé, então por quais razões ou desculpas os protestantes a rejeitam? Com qual autoridade podem rejeitar uma exortação clara de Paulo?
Além do mais, devemos considerar o texto desta passagem. A palavra grega krateite, traduzida aqui como guardar, significa estar firme, forte, prevalecer [5]. Esta linguagem é enfática, e demonstra a importância da manutenção destas tradições. Obviamente, devemos diferenciar o que seja Tradição (com T maiúsculo), que é parte da revelação divina, das tradições da Igreja (com t minúsculo) que, mesmo que sejam boas, desenvolveram-se tardiamente na Igreja e não fazem parte do Depósito da Fé. Um exemplo de algo que seja parte da Tradição seria o batismo infantil; um exemplo de tradições da Igreja seria o calendário das festas dos santos. Tudo que venha da Sagrada Tradição é de origem divina e são imutáveis, enquanto que as tradições da Igreja são cambiáveis pela Igreja. A Sagrada Tradição serve-nos como regra de fé por mostrar no quê a Igreja tem consistentemente crido através dos séculos e como ela sempre entendeu uma determinada parte Bíblica. Uma das principais formas pelo qual a Sagrada Tradição foi transmitida a nós está nas doutrinas dos textos litúrgicos antigos, o serviço divino da Igreja.