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domingo, agosto 30, 2009

sábado ou domingo?

Sábado ou Domingo? A questão dos Adventistas
"O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado; de modo que o Filho do Homem é senhor até do sábado" (Marcos 2, 27).
"Portanto, ninguém vos julgue por questões de comida e de bebida, ou a respeito de festas anuais ou de sábados, que são apenas sombra de coisas que haviam de vir, mas a realidade é o Corpo de Cristo" (colossenses 2, 16). O que prova que o sábado não é intocável, pois existem coisas superiores ao sábado.
Alguns adventistas procuram impugnar esse trecho de S. Paulo argumentando que "sabados" se refere aos 'descansos', como a páscoa, pentecostes, etc. Todavia, o "Sábado", dia de guarda, fazia parte dos "sábados". O apóstolo apenas reforça o que foi ensinado por Nosso Senhor Jesus Cristo, tornando sem efeito o argumento adventista.
A ordem de observar o sábado era rigorosamente cumprida pelos Judeus. Aliás, foi no sábado que eles saíram do Egito rumo à Terra prometida.
O primeiro dia da semana judaica, posterior ao sábado, quando Cristo ressuscitou, tornou-se o dia de culto dos cristãos ou o dia do Senhor. No ano de 57/58, por exemplo, em Trôade, na Ásia Menor, os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana, conforme At 20, 7, para celebrar a Eucaristia. Em 1Cor 16, 2, S. Paulo recomenda aos fiéis a coleta em favor dos pobres no primeiro dia da semana - o que supõe uma assembléia religiosa realizada naquele dia.
O Domingo é o dia dedicado à glorificação do Senhor vitorioso sobre a morte, tomou adequadamente o nome de "Kyriaké heméra", dia do Senhor (ou, propriamente, dia imperial), como se depreende de Ap 1, 10: "Fui arrebatado em espírito no dia do Senhor". O grego "Kyriaké heméra" deu em latim "Dominica dies", donde, em português, domiga ou domingo.
Pode-se crer que a celebração do domingo tenha tido origem na própria Igreja-mãe de Jerusalém, pois os apóstolos estavam reunidos no 50o. dia (Pentecostes), que era domingo, quando receberam o Espírito Santo (At 2, 1-3).
Este quis se comunicar não num sábado, como Cristo também não quis ressuscitar num sábado, mas no dia seguinte, domingo. O dia da 'santificação' de sua Igreja foi o domingo e não o sábado.
Agora, um outro problema. Qual é o sétimo dia? A palavra 'sábado' não exprime o dia determinado da semana, mas, em hebraico, quer dizer: cessação, repouso (shabath). Quando deve ser este dia de repouso? Deus nunca determinou. O que ele quer é que, após seis dias, o sétimo lhe seja consagrado.
Da lei antiga, distinguem-se quatro espécies de preceitos: o dogma, a moral, as cerimônias e as leis nacionais.
Destes preceitos, só permanecem, com o advento do Novo Testamento, o dogma, completado por Nosso Senhor Jesus Cristo, e a moral, aperfeiçoada por ele.
Quanto as cerimônias, elas eram figurativas, e as figuras desaparecem diante da realidade. As cerimônias da Igreja substituem suas pré-figuras (ver Hb 4, 3-11). As leis nacionais também já não mais se aplicam.
Outro argumento de alguns estudiosos: na semana judaica, a contagem dos dias começa na primeira-feira e não na segunda-feira, sendo o sétimo dia a nossa sexta-feira e o sábado, o nosso domingo.
Mas, ainda que fosse o sábado o sétimo dia, a Igreja teria o poder de alterá-lo, não sendo ele, como demonstrado, superior ao "Corpo Místico de Cristo" (colossenses 2, 16). O próprio Deus encarnado concedeu este poder à sua Igreja: "Tudo o que ligares na terra, será ligado no Céu e tudo o que desligares na terra, será desligado no Céu". São palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo aos seus discípulos.
O terceiro mandamento da Lei de Deus, como o segundo, é continuação do primeiro. Seu objeto é a determinação do dia em que nos cumpre, quer como indivíduos, quer como sociedade, desempenhar a nossa dúplice obrigação de culto particular e de culto público.

Na Lei Antiga, esse dia era o sábado. Na Lei Nova é o domingo.

Convém recordar, antes de tudo, que o dever de culto precedia qualquer lei positiva. Não se havia ainda promulgado o decálogo e já se achava exarado no coração do homem pela Lei Natural. O artigo do decálogo vinha apenas fixar a época em que o homem teria que prestar este culto e o tempo que a isso consagraria. Na Lei Antiga, o sábado abrangia o pôr do sol da sexta até o pôr do sol do dia seguinte.

A consagração de santificar um dia ficou idêntica no cristianismo, mas o domingo tomou o lugar do sábado, para lembrar a Ressurreição de Cristo e a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, dois fatos que se realizaram em dia de domingo.

Esta substituição remonta aos albores do cristianismo, às primeiríssimas horas. Na verdade, os apóstolos continuaram a guardar o sábado com os judeus, porém, quando terminava, eles celebravam, em memória de Cristo, a Eucaristia. Para isso, reuniam-se geralmente de noite, quer como recordação da hora em que fora instituída a Eucaristia, quer para evitar a perseguição dos judeus.

A santificação do domingo pela assistência à Missa é dos tempos apostólicos. A Igreja dos primeiros séculos, sempre encareceu esta mesma prática, até o dia em que a transformou (já que tem o poder das chaves) num preceito positivo, para o século VI. O Concílio de Agda manda que os fiéis ouçam a Missa inteira no domingo. Antes dessa época, já vemos os soldados cristãos do exército de Constantino assistindo à Missa no domingo.
Examinemos agora um pouco a história: desde o século II, há depoimentos que atestam a celebração do domingo tal como foi instituída pelos apóstolos, conscientes do significado da ressurreição de Cristo. Assim Santo Inácio de Antioquia (+110, aproximadamente) escrevia aos Magnésios: "Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas, chegaram à nova esperança, não observando mais o sábado, mas vivendo segundo o dia do Senhor, dia em que nossa vida se levantou mediante Cristo e sua morte" (9, 1)
O Catecismo dos Apóstolos, chamado de 'Didaqué', escrito no primeiro século de nossa era, também prescreve, em seu artigo XIV: "Reúnam-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer, depois de ter confessado os pecados, para que o sacrifício de vocês seja puro."
Em meados do século II, encontra-se o famoso depoimento de S. Jusitino, escrito entre 153 e 155: "No dia dito do sol, todos aqueles dos nossos que habitam as cidades ou os campos, se reunam num mesmo lugar. Lêem-se as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas... Quando a oração está terminada, são trazidos e vinho e água... Nós nos reunimos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia, aquele em que Deus transformou as trevas e a matéria para criar o mundo, e também porque Jesus Cristo Salvador, ressuscitou dos mortos nesse dia mesmo" (I Apologia 67, 3. 7).
Nessa passagem, S. Justino atesta a celebração da Eucaristia no domingo. Chama-o "dia do sol" porque se dirige a pagãos; faz questão, porém, de lembrar que tal designação é de origem alheia, não cristã: "no dia dito do sol".
O fato do Imperador Constantino ter preceituado, em 321, certo repouso "no venerável dia do sol" não quer dizer que ele tenha introduzido a observância do dia do Senhor entre os Cristãos; esta, como vimos, data da época dos apóstolos, tendo sido apenas patrocinada por Constantino, desde que se tornou cristão.

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