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quinta-feira, setembro 03, 2009

CIÊNCIA E FÉ ____I ,II,III

CIÊNCIA E FÉ – Parte I


“A fé e a razão são as duas asas com as quais o espírito humano alça vôo para contemplar a verdade” (João Paulo II, Fides et ratio, 1)

“A ciência verdadeira contrariamente a arriscadas afirmações do século passado, quanto mais avança tanto mais descobre Deus, como se Ele estivesse vigiando à espera, por trás de cada porta que a ciência abre...”. (Pio XII, 1951)

Papa Pio XII na encíclica “Humani generis” de 12.08.1950:

“O Magistério da Igreja não proíbe que, em conformidade com o atual estado das ciências e da teologia, seja objeto de pesquisas e de discussões, por parte dos competentes em ambos os campos, a doutrina do evolucionismo, enquanto ela investiga a origem do corpo humano, que proviria de matéria orgânica preexistente (a fé católica nos obriga a professar que as almas são criadas imediatamente por Deus). Isto, porém, deve ser feito de tal maneira que as razões das duas opiniões, isto é, da que é favorável e da que é contrária ao evolucionismo, sejam ponderadas e julgadas com a necessária seriedade, moderação, justa medida e contanto que todos estejam dispostos a se sujeitarem ao juízo da Igreja, à qual Cristo confiou o ofício de interpretar autenticamente a S. Escritura e de defender os dogmas da fé”.

Cientistas ateus: Daniel Dennett, Richard Dawkins, Sam Harris, e outros.

Dr. Francis Collins, Diretor do “Projeto Genoma Humano”, dos EUA. Em 2001, foi responsável pelo mapeamento do DNA humano. É o cientista que mais rastreou genes com vistas ao tratamento de doenças em todo o mundo, autor do livro “The Language of God” (A Linguagem de Deus), conta como deixou de ser “ateu insolente” para se tornar cristão aos 27 anos e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao revelar sua fé. Ele afirma:

“Os cientistas ateus, que acreditam apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a outra esfera. Deus está além do mundo natural”. (Revista Veja, Edição n. 1992 de 24 jan 07)

“Essa perspectiva de Dawkins é cheia de presunção. Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas”.

“Eu acredito na Ressurreição. Também acredito na Virgem Maria e em milagres. A questão dos milagres está relacionada à forma como se acredita em Deus. Se uma pessoa crê e reconhece que Ele estabeleceu as leis da natureza e está pelo menos em parte fora dessa natureza, então é totalmente aceitável que esse Deus seja capaz de intervir no mundo natural”.


A PALAVRA DA IGREJA

Constituição Pastoral Gaudium et Spes :
“Se a pesquisa metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente científica e segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus. Mais ainda: Aquele que tenta perscrutar com humildade e perseverança os segredos das coisas, ainda que disto não tome consciência, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todas as coisas, fazendo que elas sejam o que são.” (GS, 36)

S. Agostinho quem o diz: Sermão, 126,3: "Eleva o olhar racional, usa os olhos como homem, contempla o céu e a terra, os ornamentos do céu, a fecundidade da terra, o voar das aves, o nadar dos peixes, a força das sementes, a su¬cessão das estações. Considera bem os seres criados e busca o seu Criador. Presta atenção no que vês e procura quem não vês. Crê naque¬le que não vês, por causa das realidades que vês. E não julgues que é pelo meu sermão que és assim exortado. Ouve o Apóstolo que diz: “As perfeições invisíveis de Deus tornaram-se visíveis, desde a criação do mundo, pelos seres por ele criados” (Rom 1,20).

Concilio Vaticano I (1870) afirmou o conhecimento natural de Deus, contra a agnosticismo, o fideísmo e o tradicionalismo:
“A mesma santa Mãe Igreja sustenta e ensi¬na que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza pela luz natural da razão humana a partir das coisas criadas, “pois sua realidade invisível tornou-se inteligível desde a criação do mun¬do, através das criaturas"' (Rm 1,20).( Dz 1785 – Dz S 3004)

E contra o racionalismo:
"Todavia, aprouve à sua sabedoria e bonda¬de revelar ao gênero humano, por outra via, sobrenatural, a Si mes¬mo e os eternos desígnios de sua vontade, como diz o Apóstolo: “Outro¬ra, muitas vezes e de muitas modos, Deus falou aos pais pelas Profetas; no período final, em que estamos, Ele nos falou pelo Filho" (Hb 1,1-2). (Dz 1785- DzS 3004)

E o Concílio mostrou a harmonia entre a fé e a razão:
"Na verdade, quando a razão, iluminada pela fé, busca, cuidadosamente, com piedade e prudência, então consegue, com a ajuda de Deus, uma certa inteligência muito frutuosa dos mistérios, seja pela analogia com que conheço pela via natural, seja pela cone¬xão de uns mistérios com outros e com o fim último do homem; contudo, nunca chegará a penetrar neles como verdades que constituem seu ob¬jeto próprio. Pois os mistérios divinos, por sua natureza, ultrapassam tanto a inteligência criada que, mesmo transmitidas pela revelação e aceitos pela fé; continuam, contudo, recobertos pelo véu da fé e como que envol¬tos em certa obscuridade, enquanto nesta vida mortal “peregrinamos para o Senhor; pois caminhamos na fé e não na visão” (2Cor 5,65)". (Dz 1796- DzS 3016)

"Não só a fé e a razão nunca podem entre si discordar, mas elas se auxiliam mutuamente. Eis que a reta razão demonstra os fundamentos da fé e, iluminada com a luz da fé, se dedica à ciência das coisas divinas. Também a fé livra e protege a razão de erros e a instrui com múltiplos conhecimentos. Pelo que, longe de por obstácu¬los ao cultivo das artes e disciplinas humanas, a fé as ajuda e promove de muitas formas. Pois não ignora nem desconsidera (a Igreja) as vanta¬gens que delas dimanam para a vida humana; mais, confessa-as como sendo “de Deus, Senhor das ciências” (IRs 2,3); conduzem a Deus como ajuda da graça, se tratadas convenientemente. A Igreja não proíbe que essas disciplinas, cada qual em sou campo, utilizam os princípios e méto¬dos que lhes são próprias; mas, reconhecendo esta justa liberdade, com cuidado rigoroso procura evitar que nelas se introduzam erros contrários ao ensino divino ou que, ultrapassando suas próprias fronteiras, invadam e perturbem o campo da fé". (Dz 1799- DzS 3019)

“Define-se o racionalismo como consta do Sílabo de Pio IX:
“É a doutrina segundo a qual a razão humana é o árbitro do verdadeiro e do falso, do bem e do mal, sem qualquer consideração a Deus. Ela é lei para si mesma, e, por suas capacidades naturais, basta para prover ao bem dos homens e dos povos”. (Dz 1703 – DzS 2903).

Conforme o Concílio do Vaticano I, o racionalismo absoluto é a doutrina segundo a qual “a razão humana é tão independente que Deus não lhe pode exigir a fé” (Dz 1610 – DzS 3031), donde, não haver lugar para a revelação divina. O princípio do racionalismo é o da absoluta autonomia da razão. Como supremo árbitro, a razão deve julgar o que é verdade, o que é falso ou simplesmente simbólico na Escritura Sagrada” (idib. P. 201).


Academias Pontifícias do Vaticano:

Pontifícia Academia das Ciências
Pontifícia Academia das Ciências Sociais
Pontifícia Academia Para a Vida
- 29 Prêmios Nobel

Papa João Paulo II, em 24 de outubro de 2004, nomeou dois cientistas, pioneiros da física, para membros da Academia Pontifícia das Ciências, do Vaticano:
1 – Dr. William D. Phillips, professor de Física na Universidade de Maryland, líder do Grupo de esfriamento com laser da Divisão de Física Atômica do “National Institute of Standards and Technology” (NIST) de Gaithersburg (Estados Unidos). Em 1997 recebeu o Prêmio Nobel em Física.

2 - Professor de origem indiana Dr. Veerabhadran (Ram) Ramanatham, nascido em Chennai (Índia), é professor de ciências da atmosfera na Universidade da Califórnia (San Diego) e diretor do Centro para as Ciências da Atmosfera da “Scripps Institution of Oceanography”, La Jolla (Estados Unidos).


Encíclica Fé e razão – Papa João Paulo II

Cientificismo -
só valoriza as teses das ciências positivas e nenospreza o conhecimento religioso e o saber ético: estes seriam do domínio da imaginação ou do irracional. A conseqüência desta posição é que tudo quanto se pode realizar no plano da tecnologia é admissível no plano da Moral (Cf. nº 88).

Pragmatismo - que tudo julga em função da sua utilidade ou de suas aplicações práticas excluindo o recurso a reflexões abstratas e avaliações éticas. Estas concepções tem tido muita voga na política: há certas formas de democracia que julgam a viabilidade ética de determinado comportamento com base apenas no voto da maioria parlamentar: a vida humana é valorizada tão somente pela sua capacidade de produzir e servir; donde se seguem a legalização do aborto e da eutanásia (Cf. n. 89).

Niilismo - que é a negação de qualquer verdade objetiva e a destruição da dignidade humana; a pessoa é assim levada ao desespero da solidão (Cf. n. 90).

"Pós-modernidade” com que alguns pensadores designam a nossa época. Para alguns filósofos, quer dizer que "o tempo das certezas está irremediavelmente ultrapassado, de modo que o homem deveria viver num mundo de total ausência de sentido, onde tudo é provisório e efêmero; assim, estariam extintas até mesmo as certezas da fé (Cf. n0- 91).

Diz o Papa:
“lludindo-o, vários sistemas filosóficos convenceram-no de que ele é senhor absoluto de si mesmo, que pode decidir autonomamente sobre o seu destino e a seu futuro, confiando apenas em si próprio e nas suas forças. Ora esta nunca poderá ser a grandeza do homem. Para a sua realização, será determinante apenas a opção de viver na verdade, construindo a própria casa à sombra da Sabedoria e nela habitando. Só neste horizonte da verdade poderá compreender, com toda a clareza, a sua liberdade e a sua vocação ao amor e ao conhecimento de Deus como suprema realização de si mesma" (nº 107).


Cientistas e a Fé

Dr. Adolf Butenandt
, prêmio Nobel em Bioquímica:
“Com os átomos de um bilhão de estrelas, o acaso cego não conseguiria produzir sequer uma proteína útil para o ser vivo”.(A Criação não é um mito, Ed. Paulinas, SP, 1972)

Isaac Newton (1642-1727), fundador da física clássica e descobridor da lei da gravidade:
“A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta”.

William Herschel (1738-1822), astrônomo alemão, descobridor do planeta Urano:
“Quanto mais o campo das ciências naturais se dilata, tanto mais numerosas e irrefutáveis se tornam as provas da eterna existência de uma Sabedoria criadora e todo-poderosa”.

Alessandro Volta (1745-1827), físico italiano, descobridor da pilha elétrica:
“Submeti a um estudo profundo as verdades fundamentais da fé, e [...] deste modo encontrei eloqüentes testemunhos que tornam a religião acreditável a quem use apenas a sua razão”.

André Marie Ampère (1755-1836), físico e matemático francês, católico, descobridor da lei fundamental da eletrodinâmica, cujo nome deu origem ao termo amperagem:
“A mais persuasiva demonstração da existência de Deus depreende-se da evidente harmonia daqueles meios que asseguram a ordem do universo e pelos quais os seres vivos encontram no seu organismo tudo aquilo de que precisam para a sua subsistência, a sua reprodução e o desenvolvimento das suas virtualidades físicas e espirituais”.

H. C. Oersted (1777-1851), físico dinamarquês, descobridor de uma das leis do Electromagnetismo:
“Cada análise profunda da Natureza conduz ao conhecimento de Deus”.

Jons Jacob Berzelius (1779-1848), químico sueco, descobridor de inúmeros elementos químicos:
“Tudo o que se relaciona com a natureza orgânica revela uma sábia finalidade e apresenta-se como produto de uma Inteligência Superior [...]. O homem [...] é levado a considerar as suas capacidades de pensar e calcular como imagem daquele Ser a quem ele deve sua existência”.

Karl Friedrich Gauss (1777-1855), alemão, considerado por muitos como o maior matemático de todos os tempos, também astrônomo e físico:
“Quando tocar a nossa última hora, teremos a indizível alegria de ver Aquele que em nosso trabalho apenas pudemos pressentir”.

Agustín-Louis Cauchy (1789-1857), matemático francês, que desenvolveu o cálculo infinitesimal:
“Sou um cristão, isto é na creio na divindade de Cristo como Tycho Brahe, Copérnico, Descartes, Newton, Leibniz, Pascal [...], como todos os grandes astrônomos e matemáticos da Antiguidade”.

James Prescott Joule (1818-1889), físico britânico, estudioso do calor, do eletromagnetismo e descobridor da lei que leva o seu nome:
“Nós topamos com uma grande variedade de fenômenos que [...] em linguagem inequívoca falam da sabedoria e da bendita mão do Grande Mestre das obras”.

Ernest Werner Von Siemens (1816-1892), engenheiro alemão, inventor da eletrotécnica e que trabalhou muito no ramo das telecomunicações:
“Quanto mais fundo penetramos na harmoniosa dinâmica da natureza, tanto mais nos sentimos inspirados a uma atitude de modéstia e humildade; [...] e tanto mais se eleva a nossa admiração pela infinita Sabedoria, que penetra todas as criaturas”.

William Thompson Kelvin (1824-1907), físico britânico, pai da termodinâmica e descobridor de muitas outras leis da natureza:
“Estamos cercados de assombrosos testemunhos de inteligência e benévolo planejamento; eles nos mostram através de toda a natureza a obra de uma vontade livre e ensinam-nos que todos os seres vivos são dependentes de um eterno Criador soberano.”

P. Sabatier (1854-1941), zoólogo alemão, Prêmio Nobel:
“Querer estabelecer contradições entre as Ciências Naturais e a religião, demonstra que não se conhece a fundo ou uma ou outra dessas disciplinas”.

Carl Gustav Jung (1875-1961), suíço, um dos fundadores da psicanálise:
“Entre todos os meus pacientes na segunda metade da vida, isto é, tendo mais de 35 anos, não houve um só cujo problema mais profundo não fosse constituído pela questão da sua atitude religiosa. Todos, em última instância, estavam doentes por terem perdido aquilo que uma religião viva sempre deu aos seus adeptos, e nenhum se curou realmente sem recobrar a atitude religiosa que lhe fosse própria”.

Werner Von Braun (1912-1977), físico alemão radicado nos Estados Unidos e naturalizado norte-americano, especialista em foguetes e principal diretor técnico dos programas da NASA (Explorer, Saturno e Apolo), que culminaram com a chegada do homem à lua:
“Não se pode de maneira nenhuma justificar a opinião, de vez em quando formulada, de que na época das viagens espaciais temos conhecimentos da natureza tais que já não precisamos crer em Deus. Somente uma renovada fé em Deus pode provocar a mudança que salve da catástrofe o nosso mundo. Ciência e religião são, pois, irmãs, e não pólos antitéticos”. “Quanto mais compreendemos a complexidade da estrutura atômica, a natureza da vida ou o caminho das galáxias, tanto mais encontramos razões novas para nos assombrarmos diante dos esplendores da criação divina”.

Albert Einstein (1879-1955), físico judeu alemão, criador da teoria da relatividade, Prêmio Nobel 1921:
“Todo profundo pesquisador da natureza deve conceber uma espécie de sentimento religioso, pois ele não pode admitir que ele seja o primeiro a perceber os extraordinariamente belos conjuntos de seres que ele contempla. No universo, incompreensível como é, manifeste-se uma inteligência superior e ilimitada. A opinião corrente de que eu sou ateu, baseia-se sobre grande equívoco. Quem a quisesse depreender de minhas teorias científicas, não teria compreendido o meu pensamento”.

Max Plank (1858-1947), físico, alemão, criador da teoria dos quanta, Prêmio Nobel 1928:
“Para onde quer que se dilate o nosso olhar, em parte alguma vemos contradição entre Ciências Naturais e Religião; antes, encontramos plena convergência nos pontos decisivos. Ciências Naturais e Religião não se excluem mutuamente, como hoje em dia muitos pensam e receiam, mas completam-se e apelam uma para a outra. Para o crente, Deus está no começo; para o físico, Deus está no ponto de chegada de toda a sua reflexão. (Gott steht für den Gläubigen em Anfang, fur den Phystker am Ende alles Denkens)”.

Guglielmo Marconi (1874-1937), físico italiano, inventor da telegrafia sem fio, Prêmio Nobel 1909:
“Declaro com ufania que sou homem de fé. Creio no poder da oração. Creio nisto não só como fiel cristão, mas também como cientista”.

Thomas Alva Edison (1847-1931), inventor no campo da Física, com mais de 2.000 patentes:
“Tenho... enorme respeito e a mais elevada admiração por todos os engenheiros, especialmente pelo maior deles: Deus”.

Charles Darwin, famoso autor da teoria da evolução:
“Nunca neguei a existência de Deus. Creio que a teoria da evolução é plenamente conciliável com a fé em Deus. A impossibilidade de provar e compreender que o grandioso e imenso universo, assim como o homem, tiveram origem por acaso parece-me ser o argumento principal para a existência de Deus”.

Voltaire, racionalista e inimigo sagaz da fé católica, que se converteu no final da vida, foi levado a dizer:
“O mundo me perturba e não posso imaginar que este relógio funcione e não tenha tido relojoeiro”.

Eddington dizia que:
“Nenhum inventor do ateísmo foi pesquisador da natureza”.
CIÊNCIA E FÉ – Parte II



A BÍBLIA E A CIÊNCIA


Os Evangelhos são Documentos de autenticidade cientificamente comprovada. Neles se baseia a fé católica.
Quem provou para o mundo a autenticidade dos Evangelhos foram os próprios inimigos da Igreja Católica, os racionalistas dos séculos XVIII e XIX. Os seus adeptos, Renan, Harnack, Rousseux, Voltaire, etc., empreenderam, com grande ardor, o estudo crítico dos quatro Evangelhos, com a sede de destruí-los, e mostrar ao mundo que eles eram falsos, uma invenção da Igreja Católica, e que teriam sido forjados para apresentar Jesus como Deus e, assim, justificar a existência da Igreja Católica como guia espiritual dos homens.
A que conclusão chegaram os racionalistas, que só acreditavam na matéria e na ciência sobre a autenticidade histórica dos Evangelhos?
Empregando os conhecimentos da ciência, os “métodos das citações”, “das traduções”, “o método polêmico”, e outros, vasculharam todas as páginas e palavras dos Evangelhos... No entanto, a própria ciência racionalista mostrou ao mundo a autenticidade dos Evangelhos. Depois de 50 anos de trabalho chegaram à conclusão exatamente oposta a seus desejos e, por coerência científica, tiveram que afirmar como:
Renan, racionalista da França: “Em suma, admito como autênticos os quatro Evangelhos canônicos”. (Vie de Jesus)
Harnack, racionalista alemão, foi obrigado a afirmar: “O caráter absolutamente único dos Evangelhos é, hoje em dia, universalmente reconhecido pela crítica” (Jesus Cristo é Deus? José Antonio de Laburu, ed. Loyola, SP, 2000).
Streeter, grande crítico inglês afirmou que: “Os Evangelhos são, pela análise crítica, os que detém a mais privilegiada posição que existe” ( idem).
Os mais exigentes críticos racionalistas do século XIX, Hort e Westcott, foram obrigados a afirmar: “As sete oitavas partes do conteúdo verbal do Novo Testamento não admitem dúvida alguma. A última parte consiste, preliminarmente, em modificações na ordem das palavras ou em variantes sem significação. De fato, as variantes que atingem a substância do texto são tão poucas, que podem ser avaliadas em menos da milésima parte do texto” (idem).
Finalmente os racionalistas tiveram que reconhecer a veracidade histórica, científica, dos Evangelhos: “Trabalhamos 50 anos febrilmente para extrair pedras da cantaria que sirvam de pedestal à Igreja Católica?” (ibidem).


Onde estão os originais dos Evangelhos?

Ficaram-nos as cópias (manuscritos) antigas desses originais, que são os papiros, os códices unciais (escritos em caracteres maiúsculos sobre pergaminho), os códices minúsculos (escritos mais tarde em caracteres minúsculos) e os lecionários (textos para uso litúrgico).
Conhecem-se cerca de 5236 manuscritos (cópias) do texto original grego do Novo Testamento, comprovados como autênticos pelos especialistas. Estão assim distribuídos: 81 papiros; 266 códices maiúsculos; 2754 códices minúsculos e 2135 lecionários.

a) Os papiros são os mais antigos testemunhos do texto do Novo Testamento. Estão assim distribuídos pelo mundo:
Número - Conteúdo - Local - Data (Século.)
p1 - Evangelhos - Filadélfia (USA) - III
p2 - Evangelhos - Florença (Itália) - VI
p3 - Evangelhos - Viena (Áustria) - VI - VII
p4 - Evangelhos - Paris - III
p5 - Evangelhos - Londres - III
p6 - Evangelhos - Estrasburgo - IV
p7 - Atos - Berlim - IV
Em resumo, existem 76 papiros do texto original do Novo Testamento. Acham-se ainda em:
Leningrado (p11, p68),
Cairo (p15, p16),
Oxford (p19),
Cambridge (p27),
Heidelberg (p40),
Nova York (p59, p60, p61),
Gênova (p72, p74, p75),...
Desses papiros alguns são do ano 200, o que é muito importante, já que o Evangelho de São João foi escrito por volta do ano 100. É, por exemplo, do ano 200, aproximadamente, o papiro 67, guardado em Barcelona.
O mais antigo de todos é o papiro de Rylands, conservado em Manchester (Inglaterra) sob a sigla P. Ryl. Gk. 457; do ano 120 aproximadamente, e contém os versículos de João 18,31-33.37.38.
Ora, se observarmos que o Evangelho de S. João foi escrito por volta do ano 100, verificamos que temos um manuscrito que é, então, cópia do próprio original.
As pequenas variações encontradas nessas cinco mil cópias são meramente gramaticais ou sintáticas e que não alteram o seu conteúdo. Os estudiosos, analisando este grande número de manuscritos antigos, concluem que é possível reconstruir a face autêntica original do Novo Testamento, que é o que hoje usamos.

b) Os códices unciais são verdadeiros livros de grande formato, escritos em caracteres maiúsculos (unciais). Uncial vem de “uncia”, polegada em latim. Eis a relação de alguns deles:
Códice - Conteúdo - Local - Data (Séc.)
Aleph 01 - N.T. - Londres - IV
(Sinaítico)
A 02 - N.T. - Londres - V
(Alexandrino)
B 03 - N.T. - Roma - IV
(Vaticano) (menos Ap.)
C 04 - N.T. - Paris - V
(Efrém rescrito)
D 05 - Evangelhos - Cambridge - VI
(Beza) Atos
D 06 - Paulo - Paris - VI
(Claromantono)
Há mais de duzentos códices unciais, espalhados por Moscou (K 018; V 031; 036); Utrecht (F 09); Leningrado (P 025); Washington (W 032); Monte Athos (H 015; 044); São Galo (037) ...
A pesquisa e o estudo dos manuscritos do Novo Testamento não dependem de concessão do Vaticano, pela simples razão que a sua maioria não está em posse da Igreja. Só há um código datado do século IV, no Vaticano. As pesquisas sempre foram realizadas independentemente da autorização da Igreja Católica, o que dissipa qualquer dúvida.
Uma comparação muito interessante é confrontarmos esse tipo de testemunhas do texto original do Novo Testamento, com as obras dos clássicos latinos e gregos usados pela humanidade. As primeiras cópias das obras desses escritores, consideradas hoje autênticas, foram mais tardias que as primeiras cópias dos Evangelhos, e, mesmo assim são plenamente reconhecidas. Eis alguns dados conhecidos:
Escritor (1a.cópia de sua obra) - Época do Tempo decorrido até a 1a. copia de sua obra
Virgílio - 19 aC - 350 anos
Tito Lívio - 17 dC - 500 anos
Horácio - 8 aC - 900 anos
Júlio César - 44 aC - 900 anos
Córnélio Nepos - 32 aC - 1200 anos
Platão - 347 aC - 1300 anos
Tucídides - 395 aC - 1300 anos
Eurípedes - 407 aC - 1600 anos
A transmissão desses clássicos antigos, gregos e latinos, com total credibilidade, tiveram uma transmissão mais precária do que o Novo Testamento, com os seus mais de 5000 manuscritos, muito mais próximos de seus originais.
As fontes dos primeiros séculos confirmam a autenticidade do Novo Testamento. Vejamos apenas uns poucos exemplos. Atente bem para as datas.
Evangelho de Mateus - No ano 130, Pápias, Bispo de Hierápolis na Frígia, região da Ásia Menor, que foi uma das primeiras a ser evangelizada pelos Apóstolos, fala do Evangelho de São Mateus dizendo: “Mateus, por sua parte, pôs em ordem os dizeres na língua hebraica, e cada um depois os traduziu como pode” (Eusébio, bispo da Cesaréia, História da Igreja III, 39,16).
Santo Irineu (†200): “Mateus compôs o Evangelho para os hebreus na sua língua, enquanto Pedro e Paulo em Roma pregavam o Evangelho e fundavam a Igreja.” (Adv. Haereses II, 1,1).

Evangelho de São Marcos - É também o Bispo de Hierápolis, Pápias (†130) que dá o primeiro testemunho do Evangelho de Marcos, conforme escreve Eusébio: “Marcos, intérprete de Pedro, escreveu com exatidão, mas sem ordem, tudo aquilo que recordava das palavras e das ações do Senhor; não tinha ouvido nem seguido o Senhor, mas, mais tarde.... Ora, como Pedro ensinava, adaptando-se às várias necessidades dos ouvintes, sem se preocupar em oferecer composição ordenada das sentenças do Senhor, Marcos não nos enganou escrevendo conforme recordava; tinha somente esta preocupação, nada negligenciar do que tinha ouvido, e nada dizer de falso” (Eusébio, História da Igreja, III, 39,15).

Evangelho de São Lucas - O Prólogo do Evangelho de S. Lucas, usado comumente no século II, dava testemunho deste Evangelho, ao dizer:
“Lucas foi sírio de Antioquia, de profissão médica, discípulo dos apóstolos, mais tarde seguiu Paulo até a confissão (martírio) deste, servindo irrepreensivelmente o Senhor. Nunca teve esposa nem filhos; com oitenta e quatro anos morreu na Bitínia, cheio do Espírito Santo. Já tendo sido escritos os evangelhos de Mateus, na Bitínia, e de Marcos, na Itália, impelido pelo Espírito Santo, redigiu este Evangelho nas regiões da Acaia, dando a saber logo no início que os outros Evangelhos já haviam sido escritos.”

Evangelho de São João – é Santo Ireneu (†202) que dá o seu testemunho:
“Enfim, João, o discípulo do Senhor, o mesmo que reclinou sobre o seu peito, publicou também o Evangelho quando de sua estadia em Éfeso. Ora, todos esses homens legaram a seguinte doutrina: ... Quem não lhes dá assentimento despreza os que tiveram parte com o Senhor, despreza o próprio Senhor, despreza enfim o Pai; e assim se condena a si mesmo, pois resiste e se opõe à sua salvação – e é o que fazem todos os hereges”. (Contra as heresias)


Uma descoberta fundamental

Até meados do século XX, o fragmento manuscrito mais antigo dos Evangelhos que se conhecia, era o Papiro 52 (p52), chamado de John Rylands 457, por estar guardado na John Ryland’s Library de Manchester, Inglaterra. Apresenta trecho de Jo 18, 31-33, 37-38; escrito no Egito por volta de 125.
Este papiro foi encontrado no Egito e publicado pela primeira vez em 1935 por C. H. Roberts. Pelo estudo dele os estudiosos puderam afirmar que a redação do Evangelho segundo S. João se deu no fim do século I. Como ele foi redigido em Éfeso (Ásia Menor), devemos admitir que deve ter levado uns 25 anos para passar da Ásia Menor para o Egito.
Na década de 1960 foi descoberto um fragmento do Evangelho de S. Marcos, redigido por volta do ano 50.
Em 1962 três arqueólogos publicaram a notícia de suas pesquisas realizadas em pequenas grutas do deserto de Qumran, próximo do Mar Morto. Chamava-lhes a atenção especialmente a gruta nº 7 (7Q). Eram estes os manuscritos encontrados em 7Q:
7Q1. identificado com Ex. 28, 4-6.
7Q2. identificado com Baruque 6 (carta de Jeremias), versículos 43n-44.
Havia outros dezesseis manuscritos, que ficaram não identificados, até que em 1972 o papirólogo espanhol José O’Callaghan concluiu seus estudos ( Papiros neotestamentarios en la cueva 7 de Qumram ? em “Bíblica” 53 (1972) pp. 91-100 ):
7Q4 = 1 Timóteo 3, 16; 4, 1-3;
7Q5 = Marcos 6, 52-53;
7Q6= Marcos 4, 28;
7Q6= Atos dos Apóstolos 27,38;
7Q7 = Marcos 12,17;
7Q8 = Tiago 1, 23-24;
7Q9 = Romanos 5, 11-12;
7Q10= 2 Pedro 1, 15;
7Q15= Marcos 6, 48.
(Fonte: “Pergunte e Responderemos”, Nº 288 – Ano : 1986 – pág. 194)
Dei Verbum, do Concílio Vaticano II, diz: “A santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica, tem como sagrados e canônicos os livros completos tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, porque, escritos sob a inspiração do Espírito Santo, eles têm Deus como Autor e nesta sua qualidade foram confiados à Igreja” (DV,11).
O Catecismo da Igreja afirma com segurança:
“A Igreja defende firmemente que os quatro Evangelhos, cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para a eterna salvação deles, até ao dia que foi elevado” (n° 126).

CIÊNCIA E FÉ – Parte III



CIÊNCIA E MORAL


A Lei natural é a base da Moral

§1979 –
A lei natural é imutável, permanece através da história. As regras que a exprimem são substancialmente sempre válidas. Ela é uma base necessária para a edificação das regras morais e para a lei civil.
§1954 – A lei natural exprime o sentido moral original, que permite ao homem discernir, pela razão, o que é o bem e o mal, a verdade e a mentira. “A lei natural se acha escrita e gravada na alma de todos e cada um dos homens porque ela é a razão humana ordenando fazer o bem e proibindo pecar. (...) Mas esta prescrição da razão não poderia ter força de lei se não fosse a voz e o intérprete de uma razão mais alta, a qual nosso espírito nossa liberdade devem submeter-se” (Leão XIII, enc. Libertas praestantissimum).
§1955 – A lei “divina e natural” (GS 89,1)... está exposta, em seus principais preceitos, no Decálogo. “A lei natural outra coisa não é senão a luz da inteligência posta em nós por Deus. Por ela conhecemos o que se deve fazer e o que se deve evitar. Esta luz ou esta lei, deu-a Deus à criação” (S. Tomás de Aquino, Decem praec. 1).
§2294 – É ilusório reivindicar a neutralidade moral da pesquisa científica e de suas aplicações. Além disso, os critérios de orientação não podem ser deduzidos nem da simples eficácia técnica nem da utilidade que possa derivar daí para uns em detrimento dos outros, nem muito menos das ideologias dominantes.
§1956 – Presente no coração de cada homem e estabelecida pela razão, a lei natural é universal em seus preceitos, e sua autoridade se estende a todos os homens. Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base de seus direitos e de seus deveres fundamentais:
Cícero: “Existe sem dúvida uma verdadeira lei: é a reta razão. Conforme à natureza, difundida em todos os homens, ela é imutável e eterna; suas ordens chamam ao dever; suas proibições afastam do pecado.(...) É um sacrilégio substituí-la por uma lei contrária; é proibido não aplicar uma de suas disposições; quanto a ab-rogá-la inteiramente, ninguém tem a possibilidade de fazê-lo” (Cicero, Rep. 3, 22, 33) .
S. Agostinho - “O roubo é certamente punido por vossa lei, Senhor, e pela lei escrita no coração do homem e que nem mesmo a iniquidade consegue apagar” (S. Agostinho, Conf. 2,4,9).
§1960 – Os preceitos da lei natural não são percebidos por todos de maneira clara e imediata. Na atual situação, a graça e a revelação nos são necessárias, como pecadores que somos, para que as verdades religiosas e morais possam ser conhecidas “por todos e sem dificuldade, com firme certeza e sem mistura de erro” (DF, c.2, DS: 3005; Pio XII, enc. HG: DS 3876).
§1713 – O homem é obrigado a seguir a lei moral que o chama a “fazer o bem e evitar o mal” (GS 16). Esta lei ressoa em sua consciência.
§1759 – “Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção ” (S. Tomás de Aquino, Decem. prec. 6). O fim não justifica os meios.
§2032 – A Igreja, “coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15), “recebeu dos Apóstolos o solene mandamento de Cristo de pregar a verdade da salvação” (LG 17). “Compete à Igreja anunciar sempre e por toda parte os princípios morais, mesmo referentes à ordem social, e pronunciar-se a respeito de qualquer questão humana, enquanto o exigirem os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas” (CDC, cân. 747,2)

Inseminação artificial

§2376 –
As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem “o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um através do outro” (CDF, instr. DV, 2,1).
§2377 – Praticadas entre o casal, essas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são talvez menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas um ato que “remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Uma tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos” (CDF, instr. DV, II,741,5). “A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos... Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa” (CDF, instr. DV, II,4).

Moribundos - morte iminente

§2279 –
Mesmo quando a morte é considerada iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. O emprego de analgésicos para aliviar os sofrimentos do moribundo, ainda que com risco de abreviar seus dias, pode ser moralmente conforme à dignidade humana se a morte não é desejada, nem como fim nem como meio, mas somente prevista e tolerada como inevitável. Os cuidados paliativos constituem uma forma privilegiada de caridade desinteressada. Por esta razão devem ser encorajados.

Pesquisa Científica

§2292 –
As experiências científicas, médicas ou psicológicas em pessoas ou grupos humanos podem concorrer para a cura dos doentes e para o progresso da saúde pública.
§2293 – A pesquisa científica de base, como a pesquisa aplicada, constituem uma expressão significativa do domínio do homem sobre a criação. A ciência e a técnica são recursos preciosos que são colocados a serviço do homem e promovem o desenvolvimento integral em benefício de todos; contudo não podem indicar sozinhas o sentido da existência e do progresso humano. A ciência e a técnica estão ordenadas para o homem, do qual provêm a sua origem e crescimento; portanto, encontram na pessoa e em seus valores morais a indicação de sua finalidade e a consciência de seus limites.
§2295 – As pesquisas ou experiências no ser humano não podem legitimar atos em si mesmos contrários à dignidade das pessoas e à lei moral. O consentimento eventual dos sujeitos não justifica tais atos. A experiência em seres humanos não é moralmente legítima se fizer a vida ou a integridade física e psíquica do sujeito correrem riscos desproporcionais ou evitáveis. A experiência em seres humanos não atende aos requisitos da dignidade da pessoa se além disso ocorrer sem o consentimento explícito do sujeito ou de seus representantes legais.
§2301- A autópsia de cadáveres pode ser moralmente admitida por motivos de investigação legal ou de pesquisa científica. A doação gratuita de órgãos após a morte é legítima e pode ser meritória. A Igreja permite a incineração se esta não manifestar uma posição contrária à fé na ressurreição dos corpos(CDC, cân. 1176,3).
§2296 - O transplante de órgãos não é moralmente aceitável se o doador ou seus representantes legais não deram para isso explícito consentimento. O transplante de órgãos é conforme à moral e pode ser meritório se os perigos e os riscos físicos e psíquicos a que se expõe o doador são proporcionais ao bem que se busca no destinatário. É moralmente inadmissível provocar diretamente a mutilação que venha a tornar alguém inválido ou a morte de um ser humano, mesmo que seja para retardar a morte de outras pessoas.

Controle da natalidade – contracepção - método natural

§2370 –
A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e nos recursos aos períodos infecundos (HV 16) estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam os corpos dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má “toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar possível a procriação.”(HV, 14)
§2368 - Um aspecto particular desta responsabilidade diz respeito à regulação dos nascimentos. Por razões justas (GS 50), os esposos podem querer espaçar os nascimentos de seus filhos. Cabe-lhes verificar que seu desejo não provém do egoísmo mas está de acordo com a justa generosidade de uma paternidade responsável. Além disso regularão seu comportamento segundo os critérios objetivos da moral.
§2369 - “Salvaguardando esses dois aspectos essenciais, unitivo e procriativo, o ato sexual conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a paternidade” (HV 12).
§2399 –A regulação da natalidade representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização direta ou a contracepção).

Eutanásia

§2276 –
Aqueles cuja vida está diminuída ou enfraquecida necessitam de um respeito especial. As pessoas doentes ou deficientes devem ser amparadas para levarem uma vida tão normal quanto possível.
§2277 – Sejam quais forem os motivos e os meios, a eutanásia direta consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, doentes ou moribundas. É moralmente inadmissível. Assim, uma ação ou uma omissão que, em si ou na intenção, gera a morte a fim de suprimir a dor, constitui um assassinato gravemente contrário a dignidade da pessoa humana e ao respeito pelo Deus vivo, seu Criador. O erro de juízo no qual se pode ter caído de boa-fé não muda a natureza deste ato assassino, que sempre deve ser proscrito e excluído (SDF, decl. Iura et bona, 1980).
§2278 – A interrupção de procedimentos médicos onerosos, perigosos, extraordinários ou desproporcionais aos resultados esperados pode ser legítima. É a rejeição da “obstinação terapêutica”. Não se quer dessa maneira provocar a morte; aceita-se não pode impedi-la. As decisões devem ser tomadas pelo paciente, se tiver a competência e a capacidade para isso; caso contrário, pelos que têm direitos legais, respeitando sempre a vontade razoável e os interesses legítimos do paciente.
§2279 – Mesmo quando a morte é considerada iminente, os cuidados comumente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. O emprego de analgésicos para aliviar os sofrimentos do moribundo, ainda que o risco de abreviar seus dias, pode ser moralmente conforme à dignidade humana se a morte não é desejada, nem como fim nem como meio, mas somente prevista e tolerada como inevitável. Os cuidados paliativos constituem uma forma privilegiada de caridade desinteressada. Por esta razão devem ser encorajados.

Embrião humano

§2270 -
A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida (CDF, instr. DV 1,1) Antes mesmo de te formares no ventre materno eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei (Jr 1,5; Jó 10,8-12; Sl 22,10-11).
§2274 - O diagnóstico pré-natal é moralmente lícito “se respeitar a vida e a integridade do embrião e do feto humano, e se está orientado para sua salvaguarda ou a sua cura individual... Está gravemente em oposição com a lei moral quando prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto. Um diagnóstico não deve ser o equivalente de uma sentença de morte”. (CDF, const. Donum vitae,3)
“Devem ser consideradas como lícitas as intervenções sobre o embrião humano quando respeitarem a vida e a integridade do embrião e não acarretarem para ele riscos desproporcionados, mas visem à sua cura, à melhora de suas condições de saúde ou à sua sobrevivência individual”. (CDF, const. Donum vitae,1,3)
“É imoral produzir embriões humanos destinados a serem explorados como material biológico disponível”. (CDF, const. Donum vitae,1,5)
§2275 -“Certas tentativas de intervenção sobre o patrimônio cromossômico ou genético não são terapêuticas mas tendem à produção de seres humanos selecionados segundo o sexo e outras qualidades preestabelecidas. Essas manipulações são contrárias à dignidade pessoal do ser humano, à sua integridade e à sua identidade” única, não reiterável. (CDF, const. Donum vitae,1,6)

Esterilidade

§2375 -
As pesquisas que visam a diminuir a esterilidade humana devem ser estimuladas, sob a condição de serem colocadas “a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus (CDF, instr. DV).


fonte:cleofas

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