Igreja Católica e a biblia sagrada
Igreja
Católica e a leitura da Bíblia
Seria
verdade que a Igreja Católica proibia as pessoas de lerem a Bíblia?
Que ela não traduzia a Bíblia para outras línguas, para que as
pessoas não pudessem lê-la? E mais, a Igreja Católica queimava
Bíblias??? É claro que não! Muitos livros de História e de
formação religiosa não católica, estão ensinando inverdades por
aí há muitos anos, e muitos estão acreditando...
Desde
o início do Cristianismo havia o costume de se queimar livros que
tivessem conteúdos contra a fé cristã (At 19:19). Por exemplo,
hoje seriam queimados pelos cristãos livros como “O Código Da
Vinci”, “Harry Potter”, “A cabana”... e seus respectivos
filmes seriam condenados e proibidos. Tudo isso em zelo da verdade.
As meias verdades e as mentiras contidas nessas obras, desviam muitas
pessoas ainda fracas na fé além de ofender a Verdade Divina de
Deus. Não somos hoje proibidos de ler, precisamos estar informados
para debater e evangelizar, desde que em nada altere a nossa fé.
A
Igreja Católica, desde o século I, enfrenta heresias (desmentir a
Verdade), blasfêmias (xingar e maldizer a Deus e Suas obras) e
profanações (mal uso de coisas santas). Em resposta aos rebeldes
sem arrependimento, ela costuma adotar as regras bíblicas:
afastamento, expulsão e condenação pública aos atos e/ou palavras
da pessoa. Sendo assim, começaram a surgir obras literárias
ensinando doutrinas diferentes da fé cristã. Seus autores eram
chamados a atenção, precisavam se retratar. Caso não acontecesse,
as obras eram condenadas pela Igreja como heréticas e tudo mais.
Eram proibidas, e em casos extremos, os escritos poderiam ser
queimados. Mesmo se os autores fossem cristãos ou mesmo do Clero
(padres, bispos).
Mas,
então a Igreja Católica mandou queimar bíblias? Não exatamente! O
que aconteceu foi que John Wycliffe, um padre que se separou do
Catolicismo Romano, traduziu a Bíblia para o inglês. O secretário
dele, John Purvey, incluiu um conteúdo cheio de heresias, como notou
São Thomas More. Depois William Tyndale, outro líder protestante,
fez algo semelhante a ele. São
Thomas More, que viveu naquele tempo, comentou que, procurar erros na
“bíblia” de William Tyndale era semelhante a procurar água no
mar. Ou seja, havia abundâncias de erros na tradução bíblica de
Tyndale (Henry G. Graham, Where We Got The Bible (TAN Books, 1977)
pp. 128,130).
William
Tyndale era pastor da Igreja Protestante Anglicana, e as heresias na
sua versão bíblica, foram condenadas, não só pela Igreja
Católica, mas, pela própria Igreja Anglicana!!! As
traduções de Tyndale foram banidas pelas autoridades da igreja
anglicana como sendo corrupção das Escrituras, e o próprio Tyndale
foi queimado na fogueira em 1536 em Vilvoorden (10 kms a nordeste de
Bruxelas), Bélgica, sob a instigação de agentes de Henrique VIII,
rei da Inglaterra, e a Igreja Protestante Anglicana, por ordem do
Imperador de Augsburg. Suas últimas palavras foram, “Senhor, abre
os olhos ao rei da Inglaterra (fundador e líder da igreja
anglicana)”.
Enciclopédia
“Tio Sam”
Outro
‘tradutor’ protestante da Bíblia foi Miguel Servet. Sobre este
sabemos que João Calvino, segundo maior líder protestante, que deu
origem a Igreja Presbiteriana ou Calvinista, em 1522, obteve tantas
cópias quanto pôde ter achado da Bíblia de Miguel Servet para
serem queimadas, já que Calvino não a aprovou. Depois Calvino
queimou o próprio Miguel Servet na estaca por ser unitário.(cf.
Warren H. Carroll, The Building of Christendom (Christendom College
Press, 1987) p. 129.)
Desconheço
indícios de que a Igreja Católica tenha queimado essas versões
heréticas da Bíblia, mas, as condenou sem dúvida alguma. Porém,
se as tivesse queimado não estaria fazendo isso sozinha, pois,
protestantes também as condenaram e além disso, as queimaram!
É
afirmado também por muitas pessoas que o Papa Júlio III, teria
proibido a leitura da Bíblia ao povo, após um tal estudo enviado a
ele feito por três bispos. O suposto documento condenando a leitura
da Bíblia teria o nome de “Direções Concernentes Aos Métodos
Adequados A Fortificar A Igreja De Roma”.
Tal documento estaria arquivado na Biblioteca Imperial de Paris, fólio B, número 1088, vol. 2, págs. 641 a 650. Parece real não é? Mas, não é tão real assim.
Tal documento estaria arquivado na Biblioteca Imperial de Paris, fólio B, número 1088, vol. 2, págs. 641 a 650. Parece real não é? Mas, não é tão real assim.
Embora
a Biblioteca tenha outro nome, Biblioteca Nacional de Paris, o
documento existe, porém, a autoria não é de bispo nem de papa
algum. Quem escreveu este ‘documento’ foi nada mais nada menos do
que Píer Paolo Vergerio (1498-1565), um protestante. Ele
simplesmente criou toda essa situação, numa obra literária, sem
prova alguma, e afirma serem atitudes e palavras do Clero da Igreja
Católica.
Tal
‘documento’ não possui crédito algum entre os historiadores.
Além de ninguém saber o nome dos três supostos bispos, o Papa
Júlio III presidiu o Concílio de Trento por volta de 1550, e em
nada se pronunciou contra a leitura da Bíblia, focando-se nos
Sacramentos, especialmente na Eucaristia, na Confissão e na Unção
dos Enfermos.
Não
satisfeitos, anticatólicos afirmam ainda que o Papa
Pio IX nos anos 1846-74 definia a aversão da Igreja contra a Bíblia
com estas palavras: “A leitura da Bíblia é um veneno!” – Em
1864 teria confirmado sua posição dizendo: “A propagação da
Bíblia é uma peste!”(Doc. Sillabus, 8-12-1864).
Bom,
o Papa Pio IX escreveu de fato o documento “Sillabus”, citado
acima, porém, em lugar algum do documento existem as palavras a ele
atribuídas de suposta condenação à leitura da Bíblia! É
mentira!
http://www.veritatis.com.br/article/457
(Doc. Sillabus completo em português)
Diante
disso, agora, protestantes batistas afirmam que o Documento de Pio IX
chamando a Bíblia de peste, seria a Encíclica “Quanta cura”, de
08 de dezembro de 1864, mas, neste documento papal também não
existe tal expressão para a Bíblia. Tal Documento se expressa
justamente contra os governos que queriam suprimir ou desvalorizar a
religião, a Igreja, a Bíblia.
http://www.baptistlink.com/creationists/ubsdopapa.htm
(acusação batista)
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=IGREJA&id=igr0637
(Encíclica “Quanta Cura”)
E
quanto ao Papa Gregório IX, ele proibiu fortemente a leitura da
Bíblia? Não! O Concílio de Toulouse liderado por ele, condenou a
Bíblia nas mãos do povo? Claro que não! O
que a Igreja condenou naquele concílio, foram os ensinamentos orais
e heréticos de uma seita Cátara, formada por cristãos que se
separaram da Igreja Católica. Os albigenses ou cátaros acreditavam
em dois deuses (um bom e um mau), aprovavam e incentivavam o aborto,
pregavam a reencarnação, negavam a Trindade, rejeitavam a
existência do inferno, e proibiam o casamento a quaisquer dos
membros da referida seita. E ainda mais usavam erradamente a Bíblia
para tudo isso!!! A Igreja condenou este mau uso da Palavra de Deus
da parte deles.
:::
Igreja Católica e a Tradução da Bíblia::::
Podemos
perceber que a preocupação maior de Deus durante toda a história
da humanidade, desde a história do Judaísmo, que começa com Abraão
(a cerca de 4.000 anos atrás), não era com a escrita, e sim, com o
ensinamento oral, falado, contado. Passado de geração a geração,
de boca a boca (Ex 13, 7-8.13.16)! O Judaísmo começou com o chamado
de Abraão há cerca de 4.000 anos, mas, Deus já agia com Seus
servos desde Adão e Eva!!! Pois bem, mas o Antigo Testamento só
começou a ser escrito a cerca de 3.250 anos atrás. A escrita surgiu
na Terra desde o ano 3.500 a.C.! Ou seja, dois séculos depois do
surgimento da escrita, a Bíblia começou a ser registrada por
escrito! Narrando os fatos de milênios antes, começando pela
criação do mundo.
Segundo
os historiadores cristãos, quando Jesus começou a pregar Seus
ensinamentos também não havia ninguém anotando Suas Palavras
enquanto Ele falava!!! O Novo Testamento só começou a ser escrito
por volta do ano 52d.C.! E mesmo assim nem foi o Evangelho, e sim a
Carta de São Paulo aos Tessalonicenses. A partir daí, o NT começou
a ser registrado. Então, desde o nascimento de Jesus até a primeira
letra do NT ter sido escrita, se passaram 52 anos. O NT foi concluído
pelo Apóstolo e Evangelista São João, por volta do ano 90/100dC. E
mesmo assim, haviam escritos falsos. E surgiram muitos escritos
falsos ao longo dos primeiros séculos de Cristianismo. A Bíblia
cristã só foi organizada definitiva e oficialmente no século IV,
pela Igreja Católica Apostólica Romana! Foram muitos séculos
vivendo mais das pregações, do que se ter uma Bíblia Cristã
completa em mãos. E muito menos nas mãos de povo.
O
evangelho era pregado na forma áudio visual (palavras e sinais),
como no tempo dos apóstolos. Além das pregações, as pinturas
bíblicas evangelizavam, desde as catacumbas cristãs de Roma, no
século I até o séc. IV. Após o fim da perseguição do império
romano aos cristãos, no século IV, os cristãos puderam começar a
erguerem templos, e não precisaram mais se encontrar escondidos como
nas catacumbas. Os textos da Bíblia eram ilustrados nas imagens das
igrejas. Só a Catedral de Chartres, na França, tinha cerca de sete
mil cenas bíblicas do Antigo e do Novo Testamento.
Mesmo
depois do século IV e por alguns séculos a diante, quem quisesse
possuir uma Bíblia precisava encomendar o trabalho a um escritor
especializado, para escrevê-la À MÃO, o que demorava alguns anos,
ficando assim muito caro tal serviço. Os monges católicos também
traduziam Bíblias que ficavam guardadas para estudos e outras eram
expostas em determinados lugares públicos. Era muito complicado,
trabalhoso e custoso, traduzir Bíblias porque todas eram feitas a
mão, uma por uma. Tinha que se ter respeito, conhecimento profundo
de grego e hebraico, paciência, texto original, material...
Mas,
sempre foi missão incansável da Igreja, levar o evangelho a todas
as criaturas. Desde o século I! A pedido do Papa Damaso, São
Jerônimo passa toda a Bíblia para o latim, no século IV, língua
universal da época. Logo, a Igreja Católica foi a primeira em toda
a História, a traduzir a Bíblia inteira para outra língua! No
século IX, quando os primeiros missionários católicos chegaram aos
países russos, descobriram que o povo de lá não tinha sequer um
alfabeto, e muito menos livros escritos.
São
Cirilo e São Metódio, então, inventaram o alfabeto na língua
russa só para melhorar o ensino dos evangelhos. Em 885, São Metódio
traduziu a Bíblia inteira neste idioma eslavo. (The
Catholic Encyclopedia, Volume XV Copyright © 1912) e (Warren H.
Carroll, The Building of Christendom (Christendom College Press,
1987) pp. 359, 371, 385).
Só
em 1454 (séc. 15), foi que surgiu A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA:
Um católico chamado Gutenberg causou grande excitação quando no
outono daquele ano exibiu uma amostra na feira do comércio de
Frankfurt. Gutenberg rapidamente vendeu todas as 180 cópias da
Bíblia da Vulgata latina até mesmo antes da impressão estar
acabada. Embora tenha gasto cerca de 4 anos para forma a primeira
“forma” da Bíblia, com sua equipe (The Bible Through the Ages ©
1996, Readers Digest Association, New York).
Já
em 1466, a Igreja Católica deu à Alemanha, a PRIMEIRA BÍBLIA
IMPRESSA EM ALEMÃO: Isto
foi 58 anos antes de Lutero fazer sua Bíblia alemã em 1524. Nestes
58 anos os católicos imprimiram 30 diferentes edições alemãs da
Bíblia. (Holman Bible Dictionary © 1991). Logo, ao contrário do
que se pensa, nem na Alemanha, sua terra natal, o primeiro líder
protestante, Martinho Lutero, foi o primeiro a traduzir a Bíblia
para o alemão. E sim, o Catolicismo!!!
DIVERSOS
AUTORES PROTESTANTES de língua inglesa e o próprio Martinho Lutero,
confirmaram que a Igreja Católica NUNCA FOI CONTRA a leitura da
Palavra de Deus, ao contrário, sempre zelou pela Bíblia:
“O
Catolicismo Romano tem um alto respeito pelas Escrituras vendo nelas
uma fonte de conhecimento… De fato, o ensinamento oficial da Igreja
Católica acerca da inerrância e inspiração das Escrituras
satisfariam o mais rigoroso dos fundamentalistas protestantes.”
(Robert
McAfee Brown, “The Spirit of Protestantism, Oxford”/O Espírito
do Protestantismo; Oxford Univ. Press,
1961, pp. 172-173).
Veja
que o próprio Lutero dizia que havia traduções católicas nas
línguas de cada nação: “foi
um efeito do poder de Deus que o papado preservou, em primeiro lugar,
o santo batismo; em segundo, o texto dos Santos Evangelhos, que era
costume ler no púlpito na língua vernácula de cada nação…”
(De Missa privata, ed by Jensen, VI, Pg 92). [Lutero acaba de afirmar
que haviam em sua época várias Bíblias traduzidas pela Igreja
Católica em diversas línguas locais!!!]
Veja,
agora, uma norma católica de 1480, que por si só, seria suficiente
para encerrar esta questão:
“Todos
os cristãos devem ler a Bíblia com piedade e reverência, rezando
para que o Espírito Santo, que inspirou as Escrituras, capacite-os a
entendê-las… Os que puderem devem fazer uso da versão latina de
São Jerônimo; mas os que não puderem e as pessoas simples, leigos
ou do clero…devem ler a versão alemã de que agora se dispõe, e,
assim, armarem-se contra o inimigo de nossa salvação” (The
Publisher of the Cologne Bible [1480] ).
SOLA
SCRIPTURA, TRADIÇÃO E DOGMAS
(( ::: SOLA SCRIPTURA :: ))
Sola
Scriptura significa “Só a Escritura”. É uma expressão que
partiu de Martinho Lutero, ex-monge católico, que por várias
discordâncias com a Igreja Católica, acabou dando início ao ramo
do Cristianismo chamado de Protestantismo. Para ele, toda a Doutrina
Cristã se encontra na Bíblia, não sendo necessária orientações
e ensinamentos de papas e concílios.
Mas,
será que realmente é assim? Ora, já que Jesus Cristo confiou a São
Pedro e à Sua Igreja a autoridade de ligar e desligar, ou seja,
definir o que deve ser aceito ou rejeitado na Doutrina Cristã, com
certeza não estava se referindo somente às questões que já estão
definidas pela Bíblia (Lc 10:16; Doc. Lumen gentium 20; Catecismo da
Igreja Católica 85-87). Pois, o que já está definido nas
Escrituras já está definido, e mesmo assim ainda causa divisões de
interpretações!!!... Imagine questões que vão além do que foi
registrado nas Escrituras.
Jesus
passou por isso e também foi acusado de querer abolir, acabar,
adulterar a Lei Antiga ou desrespeitar autoridades civis, em assuntos
como::: cura, caridade e trabalho em dia de sábado (Mt 12, 1-13),
apedrejamento das pessoas adúlteras (Jo 8, 1-11), imposto ao
imperador César (Mt 22, 15-21), pagamento de Tributo ao Império
Romano (Mt 17, 23-26)...
Foi
assim também com os Apóstolos, a partir de São Pedro, que precisou
resolver, à Luz do Espírito Santo, as novas questões que
apareciam, e que tinham grande importância para o Cristianismo:::
Escolha do substituto de Judas Escariotes (At 1, 15-26), explicação
do Pentecostes (At 2, 14-41), consumo de animais considerados impuros
(At 10, 9-16), pregação e unção aos pagãos (At 10, 44-48; 11:1),
circuncisão dos recém-convertidos ao Cristianismo (At 15,
1.7-29)...
Em
casos mais críticos, como o da circuncisão de novos cristãos, São
Paulo consultou os Apóstolos, e quis conhecer Pedro, chamado Cefas
(At 15, 1-2; Gl 1:18). Foi, é, e será assim com Sua Igreja até o
fim dos tempos. Novas questões surgiram, surgem e surgirão, e será
necessário, mais do que a Palavra de Deus registrada contém para
poder direcionar o povo católico. Porém, a Bíblia será sempre a
base para as orientações da Igreja sobre “novos” temas.
Exemplos
de “novos temas” da atualidade: eutanásia, clonagem de embriões
humanos, união civil e/ou religiosa de homossexuais, inseminação
artificial, fertilização em vidro, doação e transplantes de
órgãos, doação e transfusão de sangue...
E
não é apenas porque a Bíblia não fala, pelo menos clara e
diretamente, sobre certo tema, que ele deva ser aceito como prática
correta. Muitos outros assuntos ao longo dos séculos precisaram ter
a posição oficial da Igreja Católica como pastora do rebanho.
Devo lembrar que mesmo Lutero defendendo a Sola Scriptura, defendia
Juntos com alguns outros reformadores protestantes o batismo de
crianças, dogma da Mão de Deus, uso de imagens, e hoje, intercessão
dos santos.
((
::: TRADIÇÃO :: ))
Tradição
é todo ensinamento passado entre gerações, que ao contrário do
que se pensa, não se trata apenas de transmissão oral, mas também,
escrita ou de outra forma qualquer. E não se trata sempre de lendas
ou crendices. Veja, acredita-se que o primeiro Livro da Bíblia a ser
escrito foi o de Jó, por volta de 1.600 anos antes de Cristo nascer.
Logo, todos os acontecimentos anteriores só eram conhecidos pelos
israelitas através da Tradição Oral (origem do mundo, vida dos
patriarcas Abraão Isaac e Jacó, Davi dilúvio, fuga do Egito... (Ex
12, 24.26-27)!
Muitos
séculos depois é que tudo isso passou a ser registrado, e tivemos a
Tradição Escrita. Tradição significa tudo que é conservado entre
gerações. O mesmo vale até para os Evangelhos e todo o Novo
Testamento. Ora, como os primeiros cristãos poderiam se guiar só
pelas Escrituras, segundo querem os protestantes, se o Novo
Testamento ainda estava sendo escrito no século I? Aliás, nenhum
Discípulo ou Apóstolo de Cristo tinha escrito nada nas duas
primeiras décadas após Jesus ter subido aos Céus, 40 dias depois
da Ressurreição!!!!
O
primeiro Livro do NT a ser escrito foi a Primeira Carta de São Paulo
aos Tessalonicenses lá pelo ano 50 d.C. O próprio São Lucas, que
era médico, afirma ter composto todo o Terceiro Evangelho a partir
do que escutou das testemunhas oculares das obras de Cristo (Lc 1,
1-4).
O
Apocalipse é o mais recente, sendo o último Livro da Bíblia e
último a ser composto, por volta do ano 100 d.C.
Toda
a Bíblia, com os Livros Autênticos só foi definida no século 4, e
a Bíblia Protestante só foi definida por Martinho Lutero, mais de
1.500 anos depois de Cristo!!! Ou seja, só se pôde falar em Bíblia
tal como a conhecemos hoje, a partir do séc 4, quando os escritos
foram reunidos e separados dos falsos. Até então ainda havia quem
tinha dúvidas sobre a Carta aos Hebreus, por exemplo.
Nenhum
cristão, principalmente dentre os do primeiro e segundo século,
andava com a Bíblia na mão, ou a tinha em casa. Tudo era pregado
através de palavras. Só depois da segunda década após a
ressurreição de Cristo, começaram as Cartas de São Paulo e de
alguns Apóstolos. Então, como poderiam seguir apenas as
Escrituras??? Como vimos a Bíblia só teve um impulso maior de
divulgação com o surgimento da imprensa, no século 15, por
iniciativa católica. Raras pessoas e geralmente ricas, porque o
costeio era muito, tinham a Bíblia em casa, e muitas vezes nem era
completa. Eram feitas a mão antes da imprensa.
Logo,
não se deve pensar que Tradição é algo a não ser dado crédito,
que são mentiras, lendas ou fábulas. Pelo menos, não no caso da
Tradição Bíblico-Apostólica-Católica, que é um registro Divino
da História de Salvação do povo de Deus. O que os chamados Pais da
Igreja, desde o século I, possuem respaldo bíblico, como veremos
nesses estudos. Sendo assim, percebemos que “A transmissão do
Evangelho, segundo a ordem do Senhor (Mc 3, 13-14), fez-se de duas
maneiras:
Oralmente
“pelos apóstolos, que na pregação oral, por exemplos e
instituições, transmitiram aquelas coisas que ou receberam das
palavras, da convivência e das obras de Cristo ou aprenderam das
sugestões do Espírito Santo (Catecismo da Igreja Católica 76; Mt
28, 19-20)”
Por
escrito “como também por aqueles apóstolos e varões [homens]
apostólicos que, sob inspiração do mesmo Espírito Santo, puseram
por escrito a mensagem da Salvação”. Embora que isso tenha sido
feito décadas depois dos fatos ocorridos (Doc. Dei Verbum 7;
Catecismo da Igreja Católica 83; Lc 1:3)
Mas,
como já vimos, a Igreja enfrentou “novas” questões ao longo dos
séculos e precisou expressar sua decisão, daí passamos a ter a
Tradição Apostólica, aceita e transmitida aos fiéis, tendo a
Bíblia como base, porém, com a Inspiração Divina para cada época
de cada questão levantada. Veja, se são assuntos “novos” a
Bíblia vai conter bases, indícios nunca uma afirmação com todas
as letras. Você não vai encontrar na Bíblia em hipótese alguma,
palavras como clonagem humana, por exemplo. Daí a Autoridade e Luz
do próprio Cristo, confiadas à Igreja virem dar o direcionamento
sobre clonagem.
Veja,
Jesus critica as roupas tradicionais dos sacerdotes judaicos, mas,
tais roupas, foram definidas pelo próprio Deus na Lei dada a Móisés
(Mt 23:5; Nm 15, 37-41)! Pois, Cristo não estava condenando as
roupas sacerdotais tradicionais, e sim, a vaidade em poderem usá-las
por serem sacerdotes, e o fato de serem apenas fachadas de sacerdotes
hipócritas. Isso serve para cada um de nós católicos, e também
para pastores protestantes e membros. Não é a tradição ou o
costume em si, mas sim, a falta de prática de fé no dia-a-dia.
São
Paulo exorta aos fiéis a guardarem as tradições, o que aprenderam
“de boca”, ou seja, oralmente, sem nada escrito (At 2:42; 1.ª
Cor 11:2; 2.ª Tes 2:15; 1.ª Tm 6:20; 2.ª Tm 2:2; )... Claro, não
se deve seguir uma religião, igreja ou crença alguma pelo único
fato de ter sido criado nela, ou “convertido” a ela. Segue-se o
Catolicismo porque é a única Igreja, o único ramo de Cristianismo
que existe desde o tempo de Jesus e está até hoje, com a garantia
de não ser vencida pelos infernos (Mt 16:18)!
Todas
as outras Igrejas cristãs, têm sua origem, direta ou indiretamente,
na Igreja Católica Apostólica Romana. Ela é única raiz em comum,
não há absolutamente nenhuma outra. Por outro lado, as tradições
populares que são ligadas à religiosidade católica, mas, que
envolvam superstições, crendices, sincretismo, não são apoiadas
pelo Vaticano (Catecismo da Igreja Católica 83).
((
::: DOGMAS :: ))
“O
Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de
Cristo quando define dogmas, isto é, quando... propõe verdades
contidas na Revelação Divina ou verdades que com estas [verdades
divinas] têm uma conexão necessária... Os laços mútuos e a
coerência dos dogmas podem ser encontrados no conjunto da Revelação
do Mistério de Cristo” (Concílio Vaticano I, Catecismo da Igreja
Católica 90)
O
Magistério da Igreja é o Ensinamento, que conta com o auxílio dos
Cardeais junto ao Papa, e com a declaração final do Papa. Um dogma
pode ser definido unicamente pelo Papa. Um dogma não é fruto do bel
prazer de um Papa, mas, sim de uma conclusão após longo estudo e
oração de algo que alguém ou grande parte do povo, católico ou
não, levantou dúvidas ou ensinou como verdade.
Existem
Dogmas Católicos que são aceitos pela maioria dos protestantes,
como por exemplo, o dogma da “Santíssima Trindade”.
Principalmente quanto ao fato do Espírito Santo ser Divino. A
expressão “Santíssima Trindade” não existe na Bíblia, mas,
muitas Igrejas Protestantes a usa, e o conceito da Trindade é
semeado ao longo de toda a Bíblia.
Também é aceito pelas igrejas protestantes pioneiras, o Batismo de
crianças, o dogma da Mãe de Deus, intercessão dos santos...
Ter
o Domingo como o Dia principal de Adoração a Deus é fruto da
Tradição Católica! Não existe na Bíblia nenhuma ordem expressa
para se mudar o Sábado pelo Domingo, mas sim, sinais dessa
transferência. Por outro lado, os protestantes possuem suas
tradições próprias, que não possuem sustento bíblico algum, tias
como: batizar as pessoas a partir dos 12 anos de idade (não existe
isto na Bíblia), expulsar os já membros da Igreja que tenham
praticado relações sexuais antes do casamento e não querem se
casar (não existe caso algum de expulsão por isso na Bíblia), usar
pão comum e suco de uva quando “celebram” a última Ceia (Jesus
usou pão sem fermento e vinho)...
Tradições
e Dogmas Católicos não são acréscimos à Palavra de Deus. Quando
a Igreja Católica aceitou 7 livros do AT e 7 livros do Novo
Testamento, também foi acusada pelos protestantes de estar
acrescentando livros à Bíblia. Hoje, há judeus que aceitam bem os
7 livros deuterocanonicos do AT como historicamente fiéis, e algumas
Igrejas Protestantes (inclusive a Luterana) também os aceitam, como
podemos ver na Bíblia TEB (Tradução Ecumênica da Bíblia). Quanto
aos 7 livros do NT - Hebreus, Tiago, 1.ª e 2.ª João, Judas, 2.ª
Pedro e Apocalipse -, todas as Igrejas protestantes acabaram os
aceitando.
A
Igreja crê que toda a Verdade já foi revelada, mas não foi
plenamente compreendida (Hb 1, 1-2; Catecismo da Igreja Católica
65-66). Haja vista as supostas contradições e erros que são
levantados contra ela. Não se sabe com detalhes como é o Céu, onde
o Pai habita, nem o inferno, ou que dia será a 2.ª Vinda de Jesus,
nem temos a interpretação correta do Apocalipse e de algumas outras
profecias bíblicas... A questão do Domingo, da Trindade, dos Livros
autênticos... E Jesus diz ainda “Muitas coisas ainda tenho a vos
dizer, mas, não podeis suportar agora...” (Jo 16:12) e que outros
ensinamentos foram realizados por Cristo Jesus, mas, que não
caberiam em todos os livros do mundo (Jo 21:20). Então, só há um
depósito da fé, a Igreja a quem Cristo confiou toda a Autoridade na
Terra, com confirmação no Céu (Mt 16, 16-19)!
“Para
que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os
apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles transmitindo o
seu próprio encargo de Magistério [ensino]. Com efeito, a pregação
apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados,
devia conservar-se por uma sucessão contínua até a consumação
dos tempos.
Esta
transmissão viva, realizada no Espírito Santo, é chamada de
Tradição enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora intimamente
ligada a ela. Através da Tradição, a Igreja, em sua doutrina, vida
e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é,
tudo o que crê. O ensinamento dos santos padres [padres e bispos já
canonizados] testemunha a presença vivificante desta Tradição,
cujas riquezas se transfundem na praxe [hábito] e na vida da Igreja
crente e orante.
Assim,
a comunicação que o Pai fez de Si mesmo pelo Verbo [Jesus, Palavra
realizada] no Espírito Santo permanece presente e atuante na Igreja:
O Deus que outrora falou mantém um permanente diálogo com a esposa
de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do
Evangelho ressoa na Igreja e através dela no mundo, leva os crentes
[pois nós cremos] à verdade toda, e faz habitar neles
abundantemente a Palavra de Cristo” A Sagrada Tradição e a
Sagrada Escritura estão estreitamente unidas e comunicantes. (Doc.
Dei Verbum 7-8; Catecismo da Igreja Católica 77-79)
3.ª
Aula – Criação & Evolução
O
Universo foi criado por Deus, ou surgiu do acaso e evoluiu sozinho?
Vamos analisar passo a passo, primeiro a ciência e logo após, a
Bíblia:
> CIÊNCIA (mundo formado em bilhões de anos)...
- Big Bang (Grande Explosão) - É a idéia de que todos os elementos do universo já estavam extremamente comprimidos num único ponto, menor do que a cabeça de uma agulha. E aí teria havido uma grande explosão.
- Da poeira cósmica da explosão se formaram as estrelas e os planetas do universo;
- Como a Terra estava um caos, em meio a intensas trovoadas, um raio teria caído sobre algum micro ser e ter lhe dado a vida;
- Ou ainda, a vida teria surgido primeiro na água, com os primeiros seres microscópicos; A vida na Terra poderia ter vindo ainda de algum pedaço de asteróide do espaço com vida extraterrestre microscópica.
- A Vida chega ao solo através dos anfíbios (seres q são aquáticos e terrestres ao mesmo tempo). Teriam surgido então os répteis, depois mamíferos, tendo as aves surgido antes do homem.
- Os seres evoluem sozinhos, conforme as necessidades de sobrevivência, até chegarem a se tornarem mamíferos, como os macacos. Os macacos foram evoluindo, ficam de pé, falam, e chegam a um grau de evolução em que são chamados de “homo sapiens” (homem inteligente).
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BÍBLIA (em 6 dias)...
- Faça-se a luz – Deus criou tudo, inclusive a grande luz inicial, a partir do nada (Gn 1,1.3)