O mártir da caridade
Certa vez, ainda jovem, e confuso com o
seu futuro, interroga aos pés de uma imagem de Nossa Senhora. Então a
Virgem Maria lhe aparece trazendo nas mãos duas coroas: uma vermelha
(representando o martírio) e a outra branca (representando a castidade).
Pois bem, a Virgem lhe pede que escolha, e ele, com divina sabedoria,
escolhe as duas. Quando é enviado para Roma, para lá concluir seus
estudos (pois divina era a sua sabedoria), pediu para não ir, pois sabia
como era difícil manter a castidade. Mas, devido o voto de obediência,
ele foi. E lá fez sua profissão solene em 1º de novembro de 1914.
Mas o que mais o chocou em Roma é o fato
de que os inimigos da Igreja atacavam-na e os católicos não tinham uma
devida reação. Por isso ele fundou a Milícia da Imaculada. Aqui cabe-nos
uma pequena reflexão de como muitos dos nossos católicos hoje reagem
[ou não reagem!] mediante os ataques contínuos a Igreja. Bem verdade que
a Igreja sempre esteve neste incessável combate, isto já não é
novidade. Mas o que mas admira-me é ver que muitos católicos dão razão
ao mundo, às suas perspectivas, e fecham-se a mensagem salvadora de
Cristo, transmitida por meio de Sua Igreja. Os ensinamentos cristãos não
são apenas “conselhos”, e muito menos é uma estória, mas são meios de
fazer com que os homens “sejam salvos e cheguem
ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Bem escreveu São
Maximiliano no último número de “Cavaleiro da Imaculada”: “Ninguém
no mundo pode mudar a verdade. O que podemos fazer é procurá-la e
servi-la quando a tenhamos encontrado. O conflito real de hoje é
um conflito interno. Mais além dos exércitos de ocupação e das
hecatombes dos campos de extermínio, há dois inimigos irreconciliáveis
no mais profundo de cada alma: o bem e o mal, o pecado e o amor. De
que nos adiantam vitórias nos campos de batalha, se somos derrotados no
mais profundo de nossas almas?”
Olhemos para São Maximiliano. Será que o
seu martírio [amados irmãos que se dizem “católicos”, mas na verdade
não agem de tal forma] foi em vão? Será que o martírio dos vários santos
venerados pela Igreja foi em vão? Que vida hipócrita tem um católico
que só o-é por nome, mas não assume tal identidade.
Hoje São Maximiliano oferece,
com Cristo e em Cristo, um único cálice pela salvação dos homens.
Hoje a Igreja invoca-o para que os homens reconheçam que somente em
Cristo o homem encontra plena felicidade, e que neste mundo, mesmo com
todo o conforto e com toda a diposição de bens materiais, o verdadeiro
Bem do cristão sempre será Jesus Cristo.
Há meus irmãos! Como é belo o testemunho
dos santos que florecem na Igreja. Mesmo com o pecado de seus filhos, a
Igreja, Mãe e Mestra, nos mostra que há pessoas que venceram as
batalhas espirituais neste mundo. E se elas venceram por que eu não
poderia também vencer?
Os santos não eram infalíveis. Quantos
foram tentados a uma vida cômoda, abastada das suas riquezas? Quantos
foram tentados para abandonarem a castidade? Se você busca uma santidade
sem tentações então você não busca a santidade, mas uma vida vazia. Só
entra para o Reino de Deus quem aqui na terra já o vive santamente.
“Não tenham
medo de amar demasiado a Imaculada; jamais poderemos igualar o amor que
teve por Ela o próprio Jesus: e imitar Jesus é nossa santificação.
Quanto mais pertençamos à Imaculada, tanto melhor compreenderemos e
amaremos o Coração de Jesus, Deus Pai, a Santíssima Trindade”,
dizia São Maximiliano.
O amor ardoroso por Maria e por Jesus
ardia no coração deste santo. Maria, medianeira de todas as graças,
sempre fez-se presente na sua vida. Contemplemos São Maximiliano,
vejamos a sua entrega ao próximo e o seu amor por Jesus e Maria. Peçamos
que, imitando Jesus, cheguemos a santificação. Pois quem não ama Maria
oculta-se dos mistérios do Coração de Jesus. E enquanto a nossa
sociedade, geradora de ideologias anti-evangélicas, dissimular-se de
Cristo, não encontrará resposta às suas indagações.
Morrendo no lugar de um pai de família,
no campo de Auschwitz, com uma injeção de ácido carbólico, ele
quis mostrar-nos que para ser um servo de Deus devemos enfrentar tudo,
mesmo a morte. E que não pode ser servo de Deus, quem só busca servir a
este mundo. Pois quem poupa-se nesta vida não será poupado na outra.
Caindo, morto, São Maximiliano ensina-nos que devem cair também os
nossos pecados, para que resurja uma nova criatura.
São Maximiliano Maria Kolbe,
rogai por nós!
rogai por nós!
Por : Ian farias
via ecclesia una