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sábado, novembro 27, 2010

Os irmãos de Jesus, Gl 1,19

Todos nós sabemos o quanto os nossos irmãos protestantes exigem a presença de uma doutrina na Sagrada Escritura. Alegam eles que devemos nos comportar como os bereanos, mencionados em At 17, 10 e11, os quais submeteram ao crivo escriturístico a pregação do próprio Paulo. Não é intento deste tópico, porém, discutir a validade dessa afirmação. Uma boa resposta para isso você encontrará aqui:
http://www.programafalandodefe.com.br/2010/analisando-texto-que-segundo-os-protestantes-provariam-a-sola-scriptura
ou aqui:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=32979654&tid=5398704751064920921
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Mas por que tratei desse caso para começar uma análise sobre os famigerados irmãos de Jesus?
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Porque quero aqui fazer o que os nossos irmãos protestantes tanto desejam. Não vou aqui expor nada com base na Tradição. Mostrarei que adotando o próprio sistema de estudo deles, o SOMENTE A BÍBLIA, a rejeição que eles têm à virgindade perpétua de Maria não tem sustento bíblico. Antes, tal rejeição é plenamente antibíblica. Para comprovar essa antibiblicidade façamos, então, um exame bereneano e constatemos. Façamos essa análise a partir da própria versão da Bíblia protestante, a Revista e corrigida, de João Ferreira de Almeida.


Ora, para refutar a heresia protestante que atribui uma boa quantidade de filhos a Maria, mãe de Jesus (cerca de 7, no mínimo), é só comparar Mc 6,3 com o texto que intitula este tópico, o de Gl 1,19 e com Mt 10,2-4. Ora, vê-se que um dos irmãos de Jesus, mencionados em Marcos, chama-se Tiago. No texto aí de Gálatas esse Tiago, irmão de Jesus, é descrito como apóstolo. Mas na lista apostólica feita por Mateus só constam dois Tiagos; um, filho de Zebedeu, e, o outro, o filho de Alfeu. Não aparecendo nenhum Tiago como filho de Maria mãe de Jesus, obviamente o Tiago apresentado por Marcos como irmão do Senhor não é filho de Maria. Isso é questão de lógica. Logo, utilizar-se da expressão “irmãos de Jesus” para rejeitar a virgindade perpétua da santa mãe de Deus não procede.
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Pretendendo, porém, escapar da dificuldade e defender a todo custo o injustificável, pois em canto algum da Sagrada Escritura se diz que Maria teve outros filhos, os nossos irmãos não hesitam em procurar argumentos mesmo que sejam esdrúxulos. 
Pois bem, para defender essa heresia, alegam eles que o Tiago, irmão de Jesus, mencionado por Paulo em Gl 1,19, não é um dos apóstolos, ainda que o texto o diga. E vão mais longe: citam At 14,14 e Rm 16,7, textos em que Andrônico, Júnias e Barnabé recebem o título de apóstolos, embora não o sejam. Estes casos isolados são facilmente resolvidos quando olhamos a lista dos apóstolos e vemos que tais nomes não estão ali presentes... com eles querem os nossos irmãos argumentar que apóstolo em Gálatas é simbólico, para excluir Tiago, irmão de Jesus, do seu respectivo apostolado. Afirmam que há mais Tiago na Bíblia do que imaginamos nós católicos. Segundo eles, há pelo menos 4 Tiagos no NT: Tiago filho de Alfeu, o filho de Zebedeu, um filho de Judas e o irmão de Jesus. Dizem, pois, que Paulo aí apenas insinuou que Tiago era apóstolo, mas não disse que o era realmente. Excluem ainda Tiago, irmão de Jesus, do seu apostolado, alegando que pelo fato de Jo 7,5 dizer que os irmãos de Jesus são descrentes e 1Cor 9,4 distinguir os irmãos de Jesus dos apóstolos, esse Tiago não pode ser um dos doze.
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O fato, no entanto, é que o Tiago aí mencionado por Paulo é literalmente apóstolo, um dos doze. Não tem nada de simbólico aí e examinando-se berenamente o NT, como o querem, encontramos APENAS 2 Tiagos, não havendo brecha para mais outro ou outros, desejando somente tirar vantagem sectária, pervertendo-se os fatos. Pretendendo, entretanto, contornar o problema quanto a essa claríssima literalidade do termo “apóstolo” em Gálatas 1,19 sobre o irmão do Senhor, por essa desacreditada suposição de mera insinuação e por não conseguir comprovar, nem mesmo pelo contexto (o qual favorece a tese católica), onde apóstolo é apóstolo mesmo, faz-se esse “pulo do gato” para supor que não passa de mera insinuação paulina. E dessa hipótese acha-se brecha para dogmatizar que a mãe do Senhor teve diversos filhos. É, como se vê, uma dogmatização forçada, mas na lógica protestante o que importa é atacar a Virgem Maria e a sã doutrina da Igreja Católica.
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Essa corajosa fuga para alcançar At 14,14 e Rm 16,7, não deixa de estragar os planos sectários dos nossos irmãos dissidentes na visão da lógica bíblica, entretanto, toda heresia se justifica, por mais absurda que seja, quando se tem inimizade com a mulher da qual descende o Cristo, nosso único Senhor e único Salvador.
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De fato, a palavra apóstolo em relação a Andrônico, Júnias e Barnabé tem servido para a negação do apostolado de Tiago, “irmão do Senhor”.
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Essa insinuação de Lucas e Paulo quanto aos três servos de Cristo (Andrônico, Júnias e Barnabé) é apaziguada, pois sabemos que não houve nenhum apóstolo com esses nomes. Todavia, tal insinuação não pode ser tomada assim de qualquer jeito para não desaparecer o apostolado propriamente dito. Imagine-se mesmo que confusão não seria supor insinuação quando as Escrituras Sagradas chamam alguém de apóstolo. 
Como vão os irmãos protestantes nos convencer de que o Tiago de Gl 1,19 não é apóstolo? Quanto a Andrônico, Júnias e Barnabé facilmente percebemos que de fato não são apóstolos. Basta lermos, como já dissemos, a lista dos apóstolos em Mateus (10,2-4), como também em Lucas (6,13-16) e nos Atos dos apóstolos (1,13) e veremos isso. Quanto a Tiago, porém, a situação se complica para a tese protestante, pois nas listas apostólicas não aparecem mais que dois Tiagos. Como poderão os caros protestantes provar que o Tiago, mencionado por Paulo, não é um dos doze daquelas listas? Ora, por que essa coincidência? Por que São Paulo chama Tiago, irmão do Senhor, de apóstolo, sabendo que há nos doze, dois Tiagos?
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Não acha curiosa a coincidência? Um dos irmãos de Jesus é Tiago; Tiago, irmão de Jesus, é chamado apóstolo e nas listas apostólicas temos logo 2 Tiagos. Por força da razão, o Tiago de Gl 1,19 só pode ser um dos dois.
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Considerando o caso em si mesmo, sem nenhuma paixão, vemos que é mesmo absurdo supor insinuação em qualquer lugar ou circunstância ao sabor do simples capricho heretico. Essa noção suspeita aplicada à palavra “apóstolo” é, realmente, o beco de escape, a viga mestra do edifício antimariano, porém, tal beco vai se fechando à medida que nele se vai caminhando.
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Desconheço como o NT, tão claro em tantas verdades, deixaria tão obscuro um caso desses em que os cristãos tanto se dividem. Ainda mais, sabendo que existe, realmente, Tiago na lista dos doze apóstolos.
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Porém, essa obscuridade é uma tramoia montada pra se sustentar uma tese que não tem o menor assento na lógica divina e muito menos tem apoio nas Sagradas letras.  
Com efeito, sendo preciso negar a virgindade pós-parto de Maria, teriam que aparecer outros Tiagos e negar o apostolado de Tiago, “irmão do Senhor”, supondo ser uma simples INISINUAÇAO de São Paulo. Os outros casos, porém, em que esse termo aparece continuam com seu sentido natural, conforme o caso. É que a doutrina protestante não precisa deles para combater a virgindade de Maria Santíssima, não precisa deles, então, para nada. Quanto a Tiago, “irmão do Senhor”, contudo, não é apóstolo, mesmo que o texto de Gálatas o diga. E o argumento é o mesmo: Andrônico, Júnias e Barnabé não foram chamados apóstolos sem o serem?
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Essa estranha semelhança (apóstolo e mera insinuação paulina) não atinge outros apóstolos, como é fácil verificar através de alguns exemplos: “Ora, o nome dos doze apóstolos são estes...” (Mt 10,2). “E perseveravam na doutrina dos apóstolos...” (At 2,42). “Então Barnabé, tomando-o consigo o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele (Paulo) vira o Senhor e lhes falara...” (At 9,27). “Congregaram-se, pois, os apóstolos e anciãos para considerar este assunto.” (At 15,6). “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia...” (1Pd 1,1).
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Em todos esses casos, os próprios protestantes entendem apóstolo em sentido próprio, natural, literal, como apóstolo mesmo. Entretanto, por um simples capricho herético e antimariano, quando trata do apostolado de Tiago, “irmão do Senhor”, este perde seu apostolado, pois ele serve ao sectarismo anticatólico. Sem o aumento dos Tiagos e sem a suposição da INSINUAÇÂO, o sentimento antimariano dos protestantes não se sustenta. Todo o contexto do versículo 19 da carta aos Gálatas usa o termo apóstolo em sentido real. E para indicar que trata, de fato, dos doze, Paulo cita Pedro e diz: “os que foram apóstolos antes de mim”. Até aqui o sentido real do termo apóstolo é aceito até pelos próprios inimigos da Virgem Maria. Além disso, se Tiago não é chamado de apóstolo aqui, então, Paulo não vinha falando neles, e Pedro, aí mencionado, também não o é. De fato, como é que uma única palavra, servindo para se referir a duas ou mais pessoas distintas refere-se literalmente a uma (Pedro e os outros apóstolos) e simbolicamente à outra (Tiago)? Observe que no versículo dezenove só há uma única palavra “apóstolo” para referir-se a Pedro e os outros apóstolos e a Tiago.
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Aliás, ainda que “apóstolo” possa ser usado como mera insinuação, não se pode fazer isso em todos os casos, por mero capricho. Se “a Bíblia se explica pela própria Bíblia”, como afirma a falsa Sola Scriptura, convém examinar a palavra em suas acepções e aplicá-la no sentido real, quando o contexto o exigir.
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O sentido primeiro, o real, o etimológico deve ter a sua prioridade. Isso é norma de hermenêutica bíblica. Ora, se nada impedir na ordem contextual, científica ou espiritual que se tome apóstolo no sentido real, primeiro e etimológico, quando se trata do apostolado de Tiago, irmão de Jesus, quem é qualquer ser humano para impor a sua vontade pecaminosa contra a clara evidência das sagradas letras? Teimar contra essas evidências é malhar em ferro frio.
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Quanto não se aumentou o desconhecimento dos planos de Deus depois que se proliferou esse sentimento antimariano no rol protestante?
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A palavra “apóstolo” está tomada em Gl 1,19 em sentido real, pois se diz expressamente “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.” “outro dos apóstolos” todos nós, inclusive os protestantes, reconhecemos o sentido real. Logicamente, por força do contexto, o apostolado do irmão de Cristo também o é. Ainda que não queira a cegueira do preconceito anticatólico. Piora ainda a dificuldade da interpretação protestante o fato de na lista dos apóstolos haver na verdade Tiago e a Bíblia mesma nunca atribuir a esses chamados “irmãos de Jesus” o termo “filhos de Maria”.
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O sentido primeiro de uma palavra só pode ceder o seu lugar para o sentido figurado na exegese do texto quando não for possível interpretá-lo literalmente, como se vê que Barnabé, Andrônico e Júnias não constam nas listas dos doze apóstolos. Além disso, temos que convir no seguinte: em Gl 1,19, usa-se o conectivo “senão” ou “a não ser” (EIMÉ, no grego) o que comprova ser Tiago, irmão do Senhor, um dos doze.
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Os protestantes, porém, querem que a palavra “apóstolo” seja figurada, mas juram que a palavra “irmão” é real. Mas por que, srs. Protestantes? Se posso tomar a palavra “apóstolo” em sentido figurado, por que não posso pensar em simbolismo também para a palavra “irmão”?
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Dois pesos e duas medidas!
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Se “apóstolo” pode estar em sentido figurado, é lógico que “irmão” também. Ainda mais: a Bíblia diz claramente que há Tiago na lista apostólica, entretanto, nunca disse que Maria teve outro filho, senão a Jesus.
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Por usar o “senão”, vale ressaltar que o conectivo INCLUI Jesus na filiação de Maria, isto é, ao usar o “senão”, estou dizendo que Jesus é sim, filho de Maria. A inclusão feita por esse conectivo é tão lógica que não deixa dúvida alguma.
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Quando em Gálatas, Paulo fala nos doze que eram apóstolos antes dele, cita Pedro (o qual foi um dos doze) e finaliza dizendo: “E não vi a nenhum outro dos apóstolos”, é lógico que esperamos que ele fale agora de um dos outro onze. Será que para cego voluntário não há sol que resplandeça? Não dar para ver a clareza da coisa? Alguns explicadores protestantes interpretam a palavra grega EI MÉ, nesse texto, como “porém”, não como “senão”. Mas o fato é que inclusive as versões deles traduzem essa palavra por “senão”, e não por “porém”. Isso já basta para mostrar o inconveniente da objeção. Além disso, o contexto não suporta o sentido de “porém”, pois o versículo diz “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago...”. Isso claramente quer dizer que Paulo viu dois apóstolos: Pedro e Tiago, irmão do Senhor. Pessoas que não eram apóstolos, Paulo viu várias, não só foi Tiago. Logo, o “porém” não faria sentido aqui. Dizendo, portanto, que dos outros apóstolos, exceto Pedro, não viu nenhum, senão a Tiago, obviamente aqui Tiago é apóstolo.
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Não há como escapar. Contra fatos não há argumentos. A apostolicidade de Tiago, irmão do Senhor, ressalta da própria construção gramatical de Gálatas capítulo primeiro. De fato, todas as vezes que o conectivo “senão” aparece, só poderá ter a função de incluir o termo posterior no anterior.
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É fácil demonstrar isso:
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Em Mt 11,27 diz Jesus: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho...”. O conectivo “senão” deixa claro que Jesus conhece o Pai e vice-versa.
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Em João 3,13, diz Jesus: “Ninguém subiu ao céu, senão aquele que desceu do céu (Jesus).” Evidentemente o texto está dizendo que Jesus subiu ao céu.
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No Apocalipse, é dito: “Há em sua cabeça (de Cristo) muitos diademas, e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele.” (Apc 19,12). E todos nós entendemos, inclusive os caros protestantes, que Cristo conhece esse nome.
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E assim por diante (Cf. 1Cor 2,11; 6,13; 7,5; 12,3, 14,33; 2Cor 1,13).
Se substituirmos o “senão” pelo conectivo correspondente “a não ser”, a inclusão continua. Confira: Em Gálatas mesmo vemos: “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.” (6,14. E entendemos, inclusive os protestantes, que Paulo está dizendo aí que se gloria na cruz de Jesus.
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Em Apocalipse 14,3 diz: “Ninguém podia aprender aquele cântico, a não aqueles cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da terra.” Novamente aqui se diz claramente que os cento e quarenta e quatro mil podiam aprender aquele cântico.
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Em todos esses trechos vemos que o “senão” ou o seu equivalente “a não ser” inclui o elemento seguinte no anterior.
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Querer excluir Tiago, irmão de Jesus, do seu respectivo apostolado é querer, portanto, tapar o sol com a peneira. Não dá. É absurdo. O “senão” é muito forte, não dá margem para dúvidas. O Tiago, irmão do Senhor, está incluso no apostolado mencionado imediatamente antes. E o pior: o texto diz: “nenhum outro dos apóstolos”; outro dos apóstolos quem? Dos outros onze, claro! Fora Pedro, já citado.
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Na realidade, o Tiago, irmão do Senhor, mencionado por Paulo na carta aos Gálatas é Tiago menor, o filho de Alfeu e um dos doze. O livro protestante “A Bíblia explicada”, escrito pelo pastor S.E. Mcnair.e publicado pela CPAD (Casa publicadora das Assembleias de Deus), comentando a carta de São Tiago, na p.477, no-lo confirma: “Tiago (Mt 4,21) chamado ‘o justo’, mencionado por Paulo, junto com Cefas e João, como ’coluna da Igreja em Jerusalém’ (Gl 2,9). Era filho de Alfeu, e PRIMO (OU SEGUNDO O USO ENTRE OS JUDEUS, ‘IRMÃO’) do Senhor Jesus.” O GRIFO É MEU. 
Quanto ao Tiago, filho de Judas, os protestantes não podem se basear nessa hipótese para fundamentar sua oposição ao dogma mariano da virgindade perpétua. Com efeito, não há unanimidade nessa aceitação de que exista esse Tiago. Aliás, a maioria esmagadora dos estudiosos da Bíblia concordam que esse Tiago (mencionado em Lc 6,16 e At 1,13) é o filho de Alfeu e IRMÃO de Judas, não filho de Judas. De fato, a maioria das versões bíblicas trazem a palavra IRMÃO em Lc 6,16 e em At 1,13, não filho. É óbvio que essa Tiagomania dos protestantes visa somente o aumento da Tiagada para negar ser Tiago, irmão de Jesus, filho de outros pais, que não José e Maria. Desconhecem os protestantes que no original de Lc 6,16 e de At 1,13 se diz apenas “Judas de Tiago”. A palavra “filho”, acrescentada pela versão protestante, não consta, portanto, no original. Que esse Judas de At 1,13 seja, realmente, irmão de Tiago, e não seu pai, embora o original diga apenas “Judas de Tiago”, basta consultarmos a carta de Judas 1. E para pôr fim a toda essa Tiagada protestante tome como base qualquer versão “Revista e corrigida”, versão protestante, e veremos que em At 1,13 se diz apenas “Judas, de Tiago”. E o pior: antes do nome de Judas há o número 24 pequeno, que nos leva para o rodapé, onde a passagem nos transporta para Judas 1 (em que claramente Judas é chamado “IRMÃO de Tiago”, não filho). Embora essa versão protestante chame “Judas, filho de Tiago”, em Lc 6,16, claramente no rodapé diz “ou irmão”, convencendo-nos de que essa Tiagomania é pura invenção para forçar a doutrina que dá filhos em demasia à mãe de Jesus.  Vê-se assim que a Tiagada que os protestantes querem criar não se justifica pela Sagrada Escritura. Ao contrário, o texto de Gálatas identifica claramente o Tiago menor, filho de Alfeu, com o Tiago, irmão de Jesus. Assim, tendo Tiago, irmão de Jesus, outro pai que não o de Jesus, logicamente ele não é filho de Maria. E se Tiago, um dos que encabeça a fileira dos irmãos dele, não é filho de Nossa Senhora, é evidente que os outros irmãos também não o são.
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Mas, como Tiago, irmão de Jesus, pode ser apóstolo, se São João (7,4) diz que os irmãos de Jesus eram descrentes? Essa é outra objeção que não procede, pois o evangelista faz aí a classificação pela maioria. É comum fazermos isso. Dizemos, por exemplo, que os brasileiros são católicos e os ingleses protestantes, sem que pretendamos negar a existência de protestantes no Brasil nem de católicos na Inglaterra. São João não diz que todos os seus irmãos são descrentes. São tantos os irmãos de Jesus, que poucas exceções não fariam diferença. Que há irmão de Jesus crente Tiago e Judas, apóstolos, são bons exemplos.
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E por que Paulo distingue Tiago dos apóstolos em 1Cor 9,4? É certo que Tiago é apóstolo em Gl 1,19. Sendo apóstolo no trecho de Gálatas, não o é em 1Cor 9,4? Lógico que é. O mesmo trecho que distingue os irmãos de Jesus dos apóstolos, também distingue Pedro, e nem por isso, está ele excluído da lista apostólica. O critério usado por Paulo para essa distinção é obviamente a preeminência de Pedro e dos irmãos de Jesus entre os apóstolos. Em outras palavras, Pedro e os irmãos de Jesus aparecem distintos dos outros apóstolos por causa da dignidade que ocupavam como apóstolos. Somente isso. Portanto, o fato deles estarem distintos dos apóstolos não nega o apostolado de Tiago. Ora, em 1Cor 15,5-7 novamente Pedro é distinto dos apóstolos, e precisamente no versículo 7, Tiago também o é, mas nem por isso os próprios inimigos da Igreja deixam de reconhecer que esse versículo trata de Tiago menor, o filho de Alfeu. 
A distinção que também é feita em Mt 12,46-50 e At 1,13.14 entra no mesmo caso.
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Logo, ninguém pode provar, a partir da expressão “irmãos de Jesus”, que Maria teve outros filhos. E vimos também que usando SOMENTE A BÍBLIA, ainda assim a oposição protestante à virgindade da mãe de Deus não se justifica.

AUTOR:EVALDO

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