Dogma da Imaculada Conceição de Maria
A expressão Imaculada Conceição significa conceição (concepção) sem máculas, ou seja, Maria
foi concebida sem mancha alguma de pecado no ventre de sua mãe. Conceição ou concepção é o exato
instante em que o espermatozóide penetra no óvulo e o fecunda, dali começa uma nova vida no ventre
de uma mãe. Há séculos já se tinha essa idéia da imaculada conceição de Maria a partir de alguns
teólogos santos, tanto que a Festa da Imaculada Conceição já tinha sido adotada no calendário religioso
desde 1476, pelo Papa Sixto IV, sendo celebrada todo dia 08 de dezembro.
Mas, somente em 1854, cerca de 400 anos depois, que o Papa Pio IX, declarou oficialmente esta
fé na Imaculada Conceição de Maria em forma de dogma na “Ineffabilis Deus”. Maria já era “dotada,
desde o primeiro instante de sua conceição [concepção], de uma santidade singular [única]” (Concílio
Vaticano II; Constituição Lumen gentium 56).
“A anunciação a Maria inaugura a ‘plenitude dos tempos’ (Gl 4:4), isto é, o cumprimento das
promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber Aquele que habitará ‘corporalmente a
plenitude da Divindade’ (Col 2:9). A resposta divina à sua pergunta ‘como se fará isso, se não conheço
homem algum?’ (Lc 1:34) é dada pelo poder do Espírito: ‘O Espírito Santo virá sobre ti’ (Lc 1:35)”
(CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 484) ... fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma
humanidade proveniente da sua.” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 485) Ou seja, Jesus herdou de
Maria a humanidade, não a Divindade, pois, esta é Eterna desde sempre em Jesus.
Mas, percebemos então a grandiosidade da missão única confiada a Maria: Dar à Luz não apenas
um profeta, sábio ou bom homem, como outros mais, mas sim, ao próprio Jesus Cristo, Segunda Pessoa
da Santíssima Trindade, o Deus Filho, nosso Salvador (Mt 16, 13-14; Jo 20, 24.28). Maria foi a única
pessoa de todos os tempos, que teve esta missão, ninguém mais teve nem terá a missão de trazer toda
a Divindade em seu ventre! Isto é muito grande, muito mais do que podemos entender!!! Claro, Jesus só
nasceria uma vez, mas, nessa única vez a escolhida foi Maria.
“’Deus enviou Seu Filho’ (Gl 4:4), mas, para ‘formar-lhe um corpo’ (Hb 10:5) quis a livre
cooperação de uma criatura. Por isso, desde a eternidade, Deus escolheu, para ser Mãe de Seu Filho,
uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, ‘uma virgem desposada [prometida] com um
varão [homem] chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria” (Lc 1, 26-27;
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 488)
Ora, é claro que Deus não escolheu Maria em cima da hora! Teria chegado o tempo do Messias vir
ao mundo, e só então, o Pai buscaria na Terra uma Mãe para Ele? Não! Deus sabe tudo de nós, antes
mesmo de sermos gerados no ventre de nossas mães, tem toda a nossa vida em Seu pleno
conhecimento antes mesmo de um só desses nossos dias existirem (Sl 139, 1-18; Jr 1, 4-5). A Bíblia diz
que Jesus era judeu segundo a carne, logo, a carne que Ele recebeu não foi unicamente vinda da Graça,
mas sim, veio de sua Mãe terrena, Maria, da qual recebeu carne, ossos e sangue genuinamente israelita,
para salvar os judeus (Rm 9:5)!
No entanto, deixemos claro uma coisa: embora Jesus tenha recebido carne e sangue de Maria, e
tenha dado Seu Corpo e Seu Sangue na Cruz, fomos remidos porque Ele é Deus, pela Eternidade! Logo,
só Seu Corpo e Seu Sangue, pela graça do Espírito Divino, puderam redimir a humanidade. Mesmo que
Maria fosse crucificada seu sangue não poderia salvar a humanidade, e nem a ela mesma, porque ela,
embora não tivesse pecados, por Graça de Deus, ela mesma não era uma deusa.
Não bastava que o Salvador não tivesse pecados, pois, Adão e Eva também não o tinham, Ele
tinha que ser Deus. Pois, sendo Deus e Homem venceria a morte, e reconciliaria a humanidade com
Deus Pai! Tal como aconteceu! A Igreja Católica é muito clara, quando diz que nenhum ser humano, por
mais santo que seja, poderia carregar sobre si nossos pecados, e nos salvar (CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA 616)
“Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era
predestinada a ser Mãe de Seu Filho, para que assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma
mulher contribuísse para a vida.” (Lumen gentium 56; CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 488)
Antes do Sim de Jesus se tornar fato real na carne, teve que acontecer o Sim de Maria (Lc 1:38)!
Mas, e se Maria tivesse dito “Não”? Neste caso, ou Deus lhe conquistaria ou chamaria outra pessoa que
abrisse o coração. Mas, Maria foi a escolhida porque Deus sabe a Quem chama, mesmo que Maria
tivesse dito não, prevaleceria por fim um sim de seus lábios, como aconteceu a Moisés (Ex 3, 4-14; 4, 1-
7.10-17). Porque Deus já queria ela para essa missão.
“Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas
mulheres. No princípio está Eva: a despeito da desobediência, ela recebe a promessa de uma
descendência que será vitoriosa sobre o Maligno (Gn 3:15) e a de ser mãe de todos os viventes (Gn
3:20). Em virtude desta promessa, Sara concebe um filho apesar de sua idade avançada (Gn 18, 10-14;
21, 1-2)... [e Deus se usa também de] Ana, a mãe de Samuel (1.º Sm 1), Débora [a juíza], Rute, Judite e
Ester, e muitas outras mulheres. Maria ‘sobressai entre (esses) humildes e pobres do Senhor que Dele
esperam e recebem com confiança a Salvação. Com ela [Maria], finalmente excelsa Filha de Sião, depois
de uma demorada espera da promessa, completam-se os tempos e se instaura a nova economia’ [plano]
(Lumen gentium 55; CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 489)
Todas estas mulheres contribuíram para a Libertação de Israel, mas, muitas vezes uma
libertação política, ou seja, das mãos de opressores de outros reinos (Jd 12 e 13; Ester 9, 12-19). Com
Maria veio a Libertação Plena: Jesus Cristo. Que liberta a alma da condenação do pecado e da morte
eterna. E não só para judeus, mas, para todo aquele que abrir-se à Sua Palavra. Pos isso sua
maternidade é ainda mais diferencial das demais mulheres e santas do Antigo e Novo Testamento.
“... A nova Eva, ‘cheia de graça’ por obra do Espírito Santo, é libertada do pecado e da corrupção
da morte...” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 2853)... E é na hora da Nova Aliança, ao pé da Cruz (Jo
19, 25-27), que Maria é ouvida como a Mulher, a nova Eva, a verdadeira ‘mãe dos vivos’... Por isso o
cântico de Maria (Lc 1:46-55)...é...cântico de ação de graças pela plenitude de graças distribuídas na
Economia [plano] da salvação...” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 2618-2619)
Maria é chamada de Mulher por Jesus Cristo, não para mostrar que Ele é Deus e que ela era
apenas um ser humano, senão Ele chamaria a todos sempre de homem e de mulher, e nunca pelo nome.
E muito menos fez isso para se desfazer de Maria. Veja, até Maria Madalena, que foi uma prostituta
convertida, sem laço familiar algum com Cristo, Ele a chamava pelo nome (Jo 20:16). Ele chamava Maria
de “Mulher” de uma forma profética, como Ele mesmo se chamava de Filho do Homem, aquele que foi
visto na profecia de Daniel (Jo 2:4; 19:26; Dn 7, 9-14; Jo 20, 18-19). Profeticamente, Maria é
justamente a “mulher” anunciada em Gêneses e confirmada em Apocalipse, como aquela que geraria o
vencedor do mau (Gn 3:15; Ap 12).
“Ao final desta missão do Espírito [unir a humanidade à Cristo], Maria torna-se a “Mulher”, nova
Eva ‘mãe dos viventes’, Mãe do ‘Cristo total’ (Jo 19, 25-27). É nesta qualidade que ela está presente com
os Doze, ‘com um só coração, assíduos à oração’ (At 1:14), na aurora dos ‘últimos tempos’ que o
Espírito vai inaugurar na manhã de Pentecostes com a manifestação da Igreja.” (CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA 726)
“Como diz Santo Irineu, ‘obedecendo, se fez causa de salvação, tanto para si como para todo o
gênero humano’. Obedecendo a Deus somos salvos e podemos levar outros a Salvação, conduzindo-os
ao Salvador, Jesus Cristo. Donde não poucos Padres antigos afirmam de bom grado em sua pregação: ‘O
nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela
incredulidade, a virgem Maria desligou pela fé’. Comparando Maria com Eva, chamam-na de ‘mãe dos
viventes’; e com freqüência afirmam: ‘Veio a morte por Eva e a vida por Maria’”, porque ela nos trouxe
Deus (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 494)
“A tradição cristã vê nesta passagem [Gn 3:9] um anúncio do ‘novo Adão’ [1.ª Cor 15, 21-22.45],
o qual, pela sua ‘obediência até a morte de Cruz’ [Fl 2:8], repara com superabundância a desobediência
de Adão [Rm 5, 19-20]. Além disso, numerosos Padres e Doutores da Igreja vêem na mulher
anunciada... a mãe de Cristo, Maria, como ‘nova Eva’. Foi ela que, por primeira e de uma forma única, se
beneficiou da vitória sobre o pecado, conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do
pecado original e durante toda a vida terrestre, POR UMA GRAÇA ESPECIAL DE DEUS, não cometeu
nenhuma espécie de pecado” (Concílio de Trento DS 1573).
A palavra Eva significa mãe dos viventes. Na verdade, embora a Bíblia fale apenas do novo Adão,
que é Jesus Cristo, por ser Cristo O essencial, é necessário não esquecermos que não foi só Adão quem
pecou. Aliás, Eva pecou, e pecou primeiro (Gn 3:6; 1.ª Tm 2:14)! Logo, a desobediência não foi só do
homem, mas, sim, e em primeiro lugar de uma mulher Eva. Então, para que a obra da Salvação fosse
plena, foi necessário também a obediência de uma nova Eva. E esta foi Maria. Foi um Sim secundário
mas muito importante!
Daí Jesus e Maria terem sido concebidos sem pecado, pois, assim como Adão e Eva foram criados
sem pecado, os novos Adão e Eva, também teriam que ser. Logo, a doutrina de Maria não ter pecados
não faz dela uma deusa, pois, Adão e Eva também não o tinham, e não eram deuses. Na verdade, ser
sem pecados seria a condição normal de todo ser humano, planejada por Deus, mas, por causa de nossa
desobediência é que entramos nesta situação contra os propósitos iniciais de Deus!
Com um “detalhe”: Jesus é sem pecados por Si mesmo, e Maria é sem pecados pela Graça
antecipada Daquele que é, desde a Eternidade, livre de todo o pecado e Deus para sempre (2.ª Cor
5:21). Por isso Maria pôde nascer da união carnal de seus pais, e Jesus não (Lc 1:35)! Assim como Elias
e Enoc experimentaram o arrebatamento em vida antecipadamente, pois, só no dia final é que os fiéis
serão arrebatados, Maria experimentou a remissão total antecipadamente (Gn 5, 21-24; 2.º Rs 2, 11-12;
1.ª Tes 4:17).
“Para ser a Mãe do Salvador, Maria ‘foi enriquecida por Deus com dons para tamanha função’
(Lumen gentium 56). No momento da Anunciação o anjo Gabriel a saúda como ‘cheia de graça’ (Lc
1:28). Efetivamente, para poder dar o assentimento [o sim] livre, da sua fé ao anúncio da sua vocação
[missão], era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus...” (CATECISMO DA
IGREJA CATÓLICA 490)
Muitas pessoas, ao longo da História da Salvação, encontraram graça diante do olhar de Deus, e
foram usadas por Ele, mas, a Maria foi dita que estava cheia da Graça! E olha que a Face do Senhor é
dita como cheia de Graça (Ester 15:17)! Na verdade, Estevão e os Apóstolos de Cristo, também eram
cheios de Graça para agir em curas e milagres, porém, Cristo já tinha nascido e depois feito o sacrifício,
não eram agraciados antecipadamente como Maria (At 6:8)!
E a Graça de Cristo, em um sentido mais profundo, consiste fundamentalmente em sermos
redimidos de todo o pecado plenamente no Céu, e o Anjo proclama que ela já estava cheia da Graça
antes mesmo de Cristo ser gerado em seu ventre (Rm 3:24; 5:2; Lc 1:28). Não foi ela quem se salvou
por si só, Ela foi salva antecipadamente, pelo Sacrifício de Cristo, por isso rende glória a Deus, o seu e
nosso, Salvador (Lc 1, 46-47; 1.ª Jo 1:17)
“Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, ‘cumulada de graça’ por Deus
(Lc 1:28), foi redimida desde a concepção. É isto que confessa o dogma [ensinamento] da Imaculada
Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX:
“A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e
privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi
preservada imune [protegida] de toda mancha de pecado original” (Denzinger-Schönmetzer 2803;
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 491)
“Esta ‘santidade inteiramente singular’ da qual Maria é ‘enriquecida desde o primeiro instante da
sua conceição’ (Lumen gentium 56) lhe vem inteiramente de Cristo: ‘Em vista dos méritos de seu Filho,
foi redimida de um modo mais sublime’ (Lumen gentium 53). Mais do que qualquer outra pessoa criada,
o Pai a ‘abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo’ (Ef 1:3). Ele a ‘escolheu
Nele, desde antes da fundação do mundo, para ser santa e imaculada na Sua presença, no amor’,” de
forma mais ampla, para ser Mãe do Redentor (Ef 1:4; CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 492)
“Os Padres da tradição oriental chamam a Mãe de Deus “a toda santa” (panhaghia), celebram-na
como ‘imune de toda mancha de pecado, como que plasmada pelo Espírito Santo, e formada como nova
criatura’ (Lumen gentium 56). Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal
[próprio] ao longo de toda a sua vida.” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA 493) Dentre todos os que
foram usados por Deus na Bíblia podemos verificar suas falhas e seus pecados, mas, não se vê isso em
Maria!
Sendo assim, dois detalhes nos mostram o caráter especial de Maria no Plano da Salvação, e que
não se trata de uma mulher qualquer: A inédita, grandiosa e surpreendente saudação única do Anjo
como a “cheia de graça”, e por isso ela se perturba sem entender (Lc 1, 28-29). E a declaração de
Isabel, sua parenta, movida pelo Espírito Santo: “De onde me vem a honra de vir a mim a mãe do meu
Senhor?” (Lc 1:43).
Em registros cristãos do século I, atribuídos ao Apóstolo S. Tiago Menor, nos quais se encontra o
esquema da liturgia do culto cristão primitivo, que contém este trecho: "Fazemos memória de nossa
Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem".
O registro não se limita a isso, após a consagração das hóstias em uma das preces, ele faz dizer
ao Celebrante: "Prestemos homenagem, principalmente, a Nossa Senhora, a Santíssima, Imaculada,
abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria.
Em resposta a estas palavras vem a resposta na oração litúrgica: “É verdadeiramente digno que
nós vos proclamemos bem-aventurada e em toda linha irrepreensível, Mãe de Nosso Deus, mais digna
que os querubins, mais digna de glória que os serafins; a vós que destes à luz o Verbo divino, sem
perder a vossa integridade perfeita, nós glorificamos como Mãe de Deus" (S. jacob in Liturgia sua).
O evangelista S. Marcos, na Liturgia que segundo a documentos cristãos, deixou às igrejas do
Egito, se dirige a Maria de forma semelhante: "Lembremo-nos, sobretudo, da Santíssima, intemerata e
bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".
A Liturgia dos cristãos da Etiópia, escrita no século I, mas sem autor identificado (como a Carta
aos Hebreus), cita Maria várias vezes. Como este trecho, por exemplo: “Alegrai-vos, Rainha,
verdadeiramente Imaculada, alegrai-vos, glória de nossos pais. Mais adiante, é pela intercessão da
Imaculada Virgem Maria que o Sacerdote invoca a Deus em favor dos fiéis: "Pelas preces e a intercessão
que faz em nosso favor Nossa Senhora, a Santa e Imaculada Virgem Maria.".
Outro documento cristão, este um pouco mais conhecido, contém as palavras do Apóstolo S.
André quando defendeu sua fé diante do procônsul Egeu, fato histórico sendo registrado na ata do seu
martírio. Muitos protestantes informam quando e como os apóstolos morreram. Mas, não citam as
fontes e nem o que os documentos dizem na sua totalidade (já que a Bíblia não fala sobre isso). Mas,
agora veremos, um trecho de uma dessas atas de martírio, e o que diz quanto a Maria na fé cristã do
século I, desta vez com as palavras registradas de S. André diante do seu perseguidor e carrasco:
"Tendo sido o primeiro homem formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem
perfeito nascesse de uma Virgem igualmente imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o
homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido" (Cartas dos Padres de Acaia).
No século II, são muitos os Pais da Igreja (primeiros líderes, bispos), apologistas (defensores da
fé) que expressam certeza absoluta quanto a pureza plena de Maria, destacamos S. Justino [mártir];
Tertuliano e S. Irineu.
No século III também há apologistas defendendo este ponto da fé cristã. Podemos lembrar aqui
S. Hipólito, bispo de Porto e mártir, escreveu em 220: "O Cristo foi concebido e tomou o seu crescimento
de Maria, a Mãe de Deus toda pura". Mais além ele diz: "Como o Salvador do mundo tinha decretado
salvar o gênero humano, nasceu da Imaculada Virgem Maria".
Orígenes, o teólogo cristão, registra: "Maria, a Virgem-Mãe do Filho único de Deus, é proclamada
a digna Mãe deste digno Filho, a Mãe Imaculada do Santo e Imaculado, sendo ela única, como único é o
seu próprio Filho."
Em um dos seus sermões sobre S. José, Orígenes fala em linguagem poética como se fossem
palavras do Anjo a S. José, na difícil escolha de aceitar ser pai de Jesus na Terra, de forma quase como
adotiva, e não de forma biológica (de sangue, de relação sexual): "Este menino não precisa de Pai na
terra, porque tem um pai incorruptível no céu; não precisa de Mãe no Céu, porque tem uma Mãe
Imaculada e casta na terra, a Virgem Bem-aventurada, Maria".
Já no século IV, a defesa ao dogma aumenta ainda mais. Como esquecer dos escritos de Santo
Atanásio, Santo Efrem, S. Basílio Magno, Santo Epifânio, e vários outros mais...
Teólogos da Igreja Ortodoxa [separada do Catolicismo no século 13], chamam Maria de a "Toda
Pura"; ela é chamada "Imaculada," ou "sem mancha" (em Grego, Achrantos). Em outras palavras, há
estudiosos da Ortodoxia concordam com a doutrina católico-romana da Imaculada Conceição,
proclamada como dogma pelo Papa Pio, o Nono em 1854, de acordo com a qual Maria, desde o momento
em que foi concebida por sua mãe Santa Ana, foi por decreto especial de Deus liberada de "toda mancha
do pecado original". Porém, a Igreja Ortodoxa em si, nunca de fato fez qualquer pronunciamento formal
e definitivo sobre o assunto.
No passado, Ortodoxos individualmente fizeram afirmações que ainda que não confirmando
definitivamente a doutrina da Imaculada Conceição, de algum modo se aproximando dela; mas desde
1854 a grande maioria dos Ortodoxos rejeitaram a doutrina, por várias razões. Eles sentiam que ela era
desnecessária; eles entendiam que de qualquer modo, como definida pela Igreja Católico-Romana, ela
implica num falso entendimento do Pecado original; eles suspeitavam da doutrina porque ela parece
separar Maria do resto dos descendentes de Adão, colocando-a numa classe completamente diferente de
todos os outros homens e mulheres justos do Velho Testamento.
Do ponto de vista Ortodoxo, no entanto, a questão toda pertence ao Reino das opiniões
teológicas; e se um Ortodoxo individual sente-se impelido em acreditar na Imaculada Conceição, ele não
poderia ser classificado de herético por isso.”
Enfim, embora não se tenha nada oficial na Igreja Ortodoxa a favor do dogma, um cristão ou
mesmo teólogo ou clérigo ortodoxo não é tido como herege lá, caso creia na Imaculada Conceição de
Maria.
http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/igreja_ortodoxa/a_igreja_ortodoxa23.htm
Martinho Lutero e Maria:...
Podemos começar com este pequeno trecho das palavras de Lutero, primeiro reformador
protestante, e veremos que mesmo ele, que se levantou seriamente contra o Catolicismo, não negou a
Imaculada Conceição de Nossa Senhora, dizendo: "Era justo e conveniente, diz ele, fosse a pessoa de
Maria preservada do pecado original, visto o filho de Deus tomar dela a carne que devia vencer todo
pecado". (Lut. in postil. maj.).
http://www.lepanto.com.br/ApMariaIC.html
Mais textos de Lutero...
“É uma opinião doce e piedosa que a infusão da alma de Maria ocorreu sem o pecado original; de modo
que, ao infundir a sua alma imune ao pecado original, foi adornada com presentes de Deus, recebendo
uma alma pura, infusa por Deus; assim, desde o primeiro momento em que começou a viver ela esteve
livre de todo o pecado”
(Sermão: “No dia da concepção da Mãe de Deus,” Dezembro [?] 1527, de Hartmann Grisar, S.J. Luther,
da tradução da versão do alemão para o inglês por E.M. Lamond, editado por Luiggi Coppadelta,
Londres: Kegan Paul, trincheira, Trubner, primeira edição, 1915, Vol. IV [ de 6 ], p. 238; revisado por
Werke alemão, Erlangen, 1826-1868, editado por J.G. Plochmann e J.A. Irmischer, editado por L.
Enders, Francoforte, 1862 ff., 67 volumes; citação 15 2 , p. 58)
“É cheia de graça, proclamada para ser inteiramente sem pecado, algo tremendamente grande. Para que
fosse cheia pela graça de Deus com tudo de bom e para fazê-la vitoriosa sobre o diabo” (Martinho
Lutero - Livro pessoal de oração - 1522)
http://www.psleo.com.br/m_mlutero_maria.htm
No entanto, mesmo com a Bíblia e com os documentos cristãos dos primeiros séculos, muitos
protestantes agora, querem usar DOCUMENTOS FALSOS para colocarem em dúvida a nossa fé, e os Pais
da Igreja contra os papas, e até mesmo papas contra papas. Por falta de um estudo mais aprofundado
até mesmo alguns apologistas católicos, acabam afirmando erradamente que houveram Pais da Igreja,
Doutores e Bispos que afirmaram que Maria tinha pecados. Isto é um erro grotesco. Vejamos agora uma
boa resposta católicas contra estas afirmações:::
[protestante] O falso dogma da Imaculada Conceição de Maria! No "Terceiro Catecismo"(Editora Vozes),
a Igreja Romana diz:
"É de fé que a santíssima foi concebida sem pecado original, porque esta verdade foi solenemente
definida pelo Sumo Pontífice Pio IX em 8 de dezembro de 1854 E QUEM NÃO QUISER CRER, SERÁ
HEREGE"(p.190).
R.: De fato o Catecismo condena como herege qualquer um que duvide da Palavra, da Doutrina e/ou das
verdades de fé (Dogmas). Porém, os protestantes querem afirmar que santos e papas da Igreja seriam
hereges por supostamente discordarem do dogma da Imaculada Conceição. No entanto, já que tidos
como santos, doutores e pais [na fé] da Igreja tem alguma coisa errada em afirmar que eles negavam
os dogmas.
Embora claro, não houvesse nos primeiros séculos palavra oficial de papa algum. Então os dogmas eram
assuntos de debate. Porém, se fossem hereges e tivessem negado mesmo o dogma, teriam sido punidos
[forma comum de agir nas igrejas católicas e protestantes], mas, não foi isso que aconteceu. Porque
eles não negaram dogma algum!!!
Façamos duas observações: As palavras aqui colocadas e atribuídas supostamente aos determinados
papas e santos pais (na fé) da Igreja, são falsas e ou distorcidas. Além disso, mesmo que algumas
personalidades da História cristã tivessem discordado da Imaculada Conceição de Maria, não seriam
tidos como hereges, pois, o assunto não estava definido ainda como Dogma de Fé.
Só é tido como herege quanto ao Dogma da Conceição Imaculada de Maria, aqueles que de pura
liberdade, consciência, conhecimento e fé católica, rejeitam o dogma após a proclamação oficial dele,
por parte do Papa Pio IX na data acima citada. Aqueles que fazem por falta de conhecimento não
possuem culpa alguma!
http://www.diocesebraga.
pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online/56/Catecismo_Sao_Pio_X.pdf
[protestante] Uma dificuldade sem fim e sem lógica nesse dogma. Se Maria não era digna de ser a mãe
de Jesus, a não ser que estivesse livre da natureza humana pecaminosa, o mesmo teria sido necessário
para a sua mãe, avó, bisavó, e assim por diante, até chegar a Eva, a mãe da raça humana!
R.: Nada disso!!! Maria foi preparada porque iria receber o próprio o Deus Filho em seu ventre. A
Segunda Pessoa da Trindade Santa. Em Carne, Sangue, Espírito e Divindade. Enquanto que a mãe de
Maria, concebeu apenas um ser humano. Ou seja, a Santíssima Virgem Maria não era uma deusa no
ventre da sua mãe!!! Portanto, sua mãe não precisou de preparação alguma. Nem sua avó, nem bisavó...
O fato de alguém não ter pecado, não significa que seja um deus ou uma deusa. Maria era sem pecados,
mas, não era deusa. Adão e Eva foram criados sem pecados, e eram apenas seres humanos. Maria
vivenciou o que todo ser humano foi feito para ser: um ser sem pecado algum.
[protestante] A primeira coisa a se perguntar é: "O dogma da imaculada conceição de Maria tem o
respaldo das Escrituras?". A "The Catholic Encyclopedia"(Volume 7, 1913), diz:
"NENHUMA PROVA DIRETA, OU CATEGÓRICA E ESTRITA DO DOGMA PODE SER ENCONTRADA NAS
ESCRITURAS"(p.675). Como os católicos podem crer em uma doutrina que não se encontra nas
Escrituras? Não seria melhor para eles rasgarem Is 8:20 e At 17:11, da Bíblia? Paulo diz: "Para que
APRENDAIS EM NÓS A NÃO IR ALÉM DO QUE ESTÁ ESCRITO"(1 Co 4:6 Pe. Matos Soares).
R.: Primeiro eu observo que a ‘Enciclopédia Católica’ citada não é a palavra do Vaticano, da Igreja.
Dogma é todo assunto de fé e doutrina que a Igreja tem certeza e convicção e não há espaço mais para
mudanças e muito menos anulação do tal ensinamento. Podem ser debatidos como defesa, muitas
questionam, mas a Igreja não vai voltar atrás nada em dogma algum. Alguns dogmas [certezas] do
Catolicismo: o mundo foi criado por Deus, Jesus ressuscitou no terceiro dia, os vivos e os mortos serão
julgados, etc...
Mas, é claro que um Dogma nem sempre possui afirmação direta na Bíblia. Dogma também é crer em
algo que não se tem escrito com todas as palavras na Bíblia, mas, que há fundamentos e
direcionamentos que levam a crer nesse ou naquele determinado ponto de doutrina. Os protestantes
têm sim seus dogmas também!!!
Veja: Não há escrito categoricamente na Bíblia que não se deve batizar crianças; nem que Jesus estava
falando simbolicamente sobre a Eucaristia; e muito menos que o papa seja o anticristo e a Igreja
Católica seja a Babilônia... tudo isso e muito mais são apenas ensinamentos protestantes os quais nem
todos eles mesmos concordam! Nós católicos temos os nossos dogmas! Aliás, o Dogma da Imaculada
Conceição era de certa forma defendido por Lutero, como já visto pouco mais acima, e não é visto como
heresia pelos cristãos ortodoxos.
E mais, o mesmo site da Enciclopédia Católica cita trechos da Bíblia que dão sinais da veracidade do
Dogma como Lc 1:28 no qual o Anjo Gabriel usa a expressão lida em grego “kecharitomene” que
significa plena da graça, plena da redenção.
http://www.catholic.org/encyclopedia/view.php?id=6056 (em inglês)
[protestante] A Bíblia refuta este dogma espúrio e apócrifo, e isto, de maneira incontestável. Paulo diz:
"...assim a morte passou a todos os homens, POR ISSO TODOS PECARAM... NÃO HÁ UM JUSTO, NENHUM
SEQUER"(Rm 5:12; 3:10 ACF). Quando a Bíblia diz "todos pecaram", não exclui ninguém, nem Maria. Se
ela foi concebida sem pecado, não deveria morrer, mas morreu (Afonso de Ligouri; Glórias de Maria,
p.325). Os Irmãos Maristas dizem:
"Maria morreu no ano 54, com 72 anos, foi sepultada no vale de Josafá, onde ainda hoje se vê o seu
túmulo"(História Sagrada, p.215).
R.: Veja que esta citação [Rm 5:12], a mais usada contra o Dogma da Imaculada Conceição, precisa de
uma atenção maior para ser entendida. 1°) Paulo cita uma passagem do Antigo Testamento dizendo
também que não há ninguém que seja justo. No entanto, devemos perceber que toda regra possui
exceções, que só o Dono da regra pode fazer, a saber: DEUS. Por isso, que a Bíblia em outros pontos
afirma existirem justos sim. Alias, só os justos serão salvos!!! Se não houvesse de fato justo algum,
como nos faria pensar, numa leitura apressada da Bíblia, ninguém seria salvo!
O Senhor disse a Noé: “Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque te reconheci justo diante dos meus
olhos, entre os de tua geração. (Gn 7,1)
Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos, atentos a seus rogos; mas a força do
Senhor está contra os que fazem o mal (Sl 33,13-17). (I São Pedro 3,12)
2°) E mais, também há exceção de quem não pecou. O próprio Jesus é um dos nascidos de mulher que
não pecou, embora que Paulo não tenha dito isto nesta citação! E vemos em Maria, também esta
exceção, entre outros motivos, pelas palavras do Anjo Gabriel a ela como cheia da Graça!
Outro erro dos não católicos é pensar que Maria não deveria ter morrido se não tivesse pecados. Oras, e
quanto a Jesus? Ele também morreu, não foi? Mesmo sendo Deus Salvador e livre de todo pecado!!!
[protestante] Ademais, Maria mesmo disse: "...o meu espírito exulta em DEUS MEU SALVADOR"(Lc 1:47
Pe. Matos Soares). Maria chama a Deus de "Meu Salvador", portanto se ela necessitava de um Salvador,
é que estava em pecado (Mt 1:21). Quem não está perdido não necessita de salvação, nem de um
Salvador (Lc 19:10). No próprio rodapé de Lc 1:28-29, da Vulgata Latina(Edições Paulinas), diz-se:
"Assim MARIA, FILHA DE ADÃO...". Ora, sendo Maria filha (por geração ordinária) de Adão, como
poderia estar imune do pecado de seu próprio pai? Paulo diz: "Por isso, ASSIM COMO PELO PECADO DE
UM SÓ, INCORRERAM TODOS OS HOMENS EM CONDENAÇÃO"(Rm 5:18 Pe Matos Soares). Veja ainda Is
43:27; 64:6; Rm 3:23.
R.: Maria não se proclamou pecadora em momento algum! Ela declarou que Deus a salvou! E nós
católicos, cremos que Maria não se redimiu sozinha, nem que nasceu sem pecados por virtude própria. O
Dogma define claramente, que foi Deus Quem a salvou e a redimiu do pecado antecipadamente:
“...declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no
primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, EM VISTA DOS
MÉRITOS DE JESUS CRISTO, SALVADOR DO GÊNERO HUMANO, FOI PRESERVADA IMUNE DE TODA
MANCHA DE PECADO ORIGINAL, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e
constantemente crida por todos os fiéis.” (“Bula Ineffabilis Deus”, Papa Pio IX em 08 de dezembro de
1854)
Maria filha de Adão, ou seja, descendente de Adão. Mas, purificada por Deus. Não foi algo natural, não
foi dela mesma, e sim, algo Divino. Foi intervenção do Pai. Jesus também é descendente de Adão
segundo a carne, e nem por isso tinha pecados nem quanto ao seu “lado” humano. Ademais, de todas as
pessoas mais destacadas na Bíblia, é possível mostrar pelo menos um pecado.
Mas, e quanto a Maria, qual foi o pecado dela, segundo as Escrituras?
[protestante] Ademais, até mesmo os "papas" da Igreja Católica Romana negaram o dogma da
'imaculada conceição de Maria". Veja alguns exemplos:
a. Leão I(+ 461 d.C) disse:
"Assim como NOSSO SENHOR NÃO ENCONTROU A NINGUÉM ISENTO DO PECADO, assim veio para o
resgate de todos"(Sermão 24, 'In Nativitati Domini').
R.: Não é negado no Dogma da Imaculada Conceição que Maria foi resgatada pelo Sacrifício de Cristo.
Mas, assim como na regra geral, os fiéis de Deus só serão arrebatados vivos ao Céu no Dia Final, mas,
Enoc e Elias já passaram por isso antecipadamente, cremos que assim como toda a humanidade só foi
redimida quando Jesus se deu na cruz, Maria foi redimida antecipadamente por este sacrifício. O Anjo a
chama de plenamente cheia da Graça (=redenção Rm 3:24).
Tanto é que as palavras reais do Papa Leão I em relação à exceção de Maria são: “... a Sabedoria eterna
não edificara ainda a sua casa no SEIO PURÍSSIMO DE MARIA para que o Verbo se fizesse homem...”
(Ep. 31, 2-3: PL 54, 791-793)
[protestante] b. Gelásio I (+ 496 d.C) disse:
"NADA DO QUE ESTES NOSSOS PRIMEIROS PAIS PRODUZIRAM POR SUA SEMENTE FOI ISENTO DO
CONTÁGIO DESTE MAL, que eles contraíram pela prevaricação"(Epistola Ad Episcopos Per Lucaniam
Brities Et Siciliam Constitutos).
R.: Junto a S. Agostinho o Papa Gelásio I, enfrentou a heresia Pelagiana, a qual afirmava que o pecado
original afetara apenas a Adão. Eu particularmente não encontrei tais supostas palavras do referido
Papa acima contra o dogma. O que sei, ao contrário, é que o Papa Gelásio I aceitou todos os escritos de
S. Agostinho contra tal heresia, inclusive a exceção que o santo faz em relação à Maria quanto ao
pecado:
“Nem se deve tocar na palavra “pecado” em se tratando de Maria; e isso por respeito Àquele de quem
mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça” (GM, p. 215).
[protestante] c. Gregório I(+ 604 d.C), disse:
"APENAS ELE(Cristo) NASCEU SANTO, para que Ele pudesse superar a condição da natureza corrupta,
não sendo concebido segundo a maneira dos homens"(Homília 'In Nativitati').
R.: Também não encontrei registros destas afirmações atribuídas ao Papa Gregório I ou Gregório
Magno. Penso que nem existe a obra “In Nativitati” atribuída Gregório I, citada pelos protestantes!!!
Porém, o citado Papa Gregório I (Magno) fala algo semelhante no documento Moralium Libri XXXV",
porém, se referindo ao fato de que Jesus não nasceu de forma impura, no sentido de não ter sido fruto
de união sexual entre José e Maria. Não tem a ver com pecado original. Nada há do Papa Gregório
contra a Imaculada Conceição de Maria.
http://www.newadvent.org/fathers/1801034.htm
[protestante] d. O Papa Inocêncio III (+ 1216 d.C), disse:
"Eva foi gerada sem pecado mas gerou em pecado; MARIA FOI GERADA EM PECADO"(Sermão 2 'Festa
da Assunção de Maria').
R.: Embora o Papa Inocêncio III ao que parece, nada escreveu sobre a Imaculada Conceição de Maria.
Nem a favor nem contra. Como Maria não é o centro da fé católica, nem todos escrevem sobre ela, ou
sobre os dogmas que a envolve. Ou escrevem muito pouco. Na verdade, sõ poucos trechos sobr dogmas
marianos, os documentos papais e dos pais da igreja (patrísticos) se concentram obviamente em Deus
(embora que ao falar sobre Maria, falam de Deus, porque em tudo Deus está como Autor). Creio que
também sequer exista o referido “Sermão 2 da Festa da Assunção de Maria”. Nada encontrei sobre ele
nos documentos do referido Papa!!!
[protestante] A opinião dos doutores da Igreja, complica ainda mais a situação dos católicos romanos.
Veja alguns testemunhos dos antigos doutores da Igreja:
a. Orígenes(185-254 d.C), disse:
"Maria pertence ao número daqueles de quem Cristo profetizou que haviam de se escandalizar nEle,
como os apóstolos, ela também ficou perturbada com a catástrofe da cruz; e era necessário que
pecassse assim em certa medida, para que também ela fosse remida por Cristo"(Homília 17, sobre
Lucas).
R.: Nada encontrei registrado sobre comentários de Orígenes ao Evangelho de Lucas. Encontrei apenas
sobre Mateus e João. Nos quais nada fala sobre isso. Além disso, o que Orígenes disse de fato foi:
Ela [Maria] foi merecedora de Deus, imaculada das imaculadas, santidade mais completa, justiça
perfeita...”
"Maria, a Virgem Mãe do Filho único de Deus, é proclamada a digna Mãe deste digno Filho, a Mãe
Imaculada do Santo e Imaculado, sendo ela única, como único é o seu próprio Filho." ("Hom. i in
diversa")
Em um dos seus sermões sobre S. José, Orígenes usa linguagem poética como se o Anjo assim
confortasse José na situação difícil de crer, que era a de ser pai de Jesus, sem relação sexual: "Este
menino não precisa de Pai na terra, porque tem um pai incorruptível no céu; não precisa de Mãe no Céu,
porque tem uma Mãe Imaculada e casta na terra, a Virgem Bem-aventurada, Maria".
http://www.catequisar.com.br/texto/maria/reflexao/09.htm
[protestante] b. Tertuliano(160-230 d.C), disse:
"PORQUE SOMENTE DEUS É SEM PECADO; E O ÚNICO HOMEM SEM PECADO É CRISTO, desde que Cristo é
também Deus"(De Anima, XI).
R.: Não existe o doc. “Anima” e muitos menos estas afirmações da parte de Tertuliano. Nada há de
registrado de Tertuliano sobre a Imaculada Conceição de Maria.
[protestante] c. Crisóstomo(344-407 d.C), disse:
"Nas bodas de Caná, Maria foi molesta e ambiciosa"(Homília sobre Mt 12:48).
"Porque embora Ele tivesse cuidado em honrar a sua mãe, muito mais ELE SE PREOCUPAVA COM A
SALVAÇÃO DA ALMA DELA"(Homília Sobre João 2:4).
R.: É estranho S. João Crisóstomo ter falado isso sobre Mt 12:48, porque em tal citação narra-se apenas
que Maria queria falar com Jesus. Maria sequer insistiu em nada para ser chamada de molesta, nem
exigiu nada para que supostamente S. João Crisostomo a tenha chamado de ambiciosa ou molesta. Tal
escrito tem tudo para ser falso mais uma vez!
Ademais, na chamada Divina Liturgia de S. João Crisostomo, ele assim conduz um dos momentos do
culto: “Comemorando a nossa SANTÍSSIMA, PURÍSSIMA, bendita e gloriosa Senhora, Mãe de Deus e
sempre Virgem Maria e todos os santos, recomendemo-nos mutuamente, uns aos outros, e toda a nossa
vida, a Cristo † nosso Deus.”
http://www.ecclesia.com.br/Biblioteca/liturgia/a_divina_liturgia_de_sao_joao_crisostomo_segunda_p
arte.html
[protestante] d. Ambrósio(337-397 d.C), disse:
"De todos os homens nascidos de mulher, o Santíssimo Senhor Jesus FOI O ÚNICO QUE NÃO
EXPERIMENTOU O CONTATO TERRESTRE por causa da novidade de seu nascimento imaculado"(Do
Pecado).
R.: Falso! O que santo Ambrosio fala de fato sobre Maria é: “... ela[Maria] é incorrupta, pela Graça, uma
virgem imune de toda mancha de pecado” ("Sermão XXII in Ps. CXVIII)
[protestante] e. Agostinho(354-430 d.C), disse:
"MARIA MORREU POR CAUSA DO PECADO ORIGINAL TRANSMITIDO DESDE ADÃO A TODOS OS SEUS
DESCENDENTES" (Sermão 3, sobre o Salmo 34).
R.: Desconheço essas palavras. O documento existe, mas, tais palavras não estão lá. Porém, ao debater
com Pelágio de Bretanha, que deu origem a heresia conhecida por Pelagianismo, doutrina a qual
afirmava que o pecado original só afetou a Adão, S. Agostinho falava de pecado na regra geral. Isto é,
afirmava que o pecado original afeta todo ser humano.
Mas, a certo ponto do debate, S. Agostinho faz exceção clara em relação à Maria. S. Agostinho, Bispo e
Doutor da Igreja se pronuncia assim quanto a Mãe de Jesus: “Nem se deve tocar na palavra “pecado”
em se tratando de Maria; e isso por respeito Àquele de Quem mereceu ser a Mãe, O Qual a preservou de
todo pecado por sua Graça” (GM, p. 215).
E teve total apoio do papa, como já vimos mais acima!
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=ESCOLA&id=esc0087
[protestante] f. Anselmo(1033-1119 d.C), disse:
"Em seus escritos (Paulo) declara que todos os filhos de Adão, EXCETO CRISTO, são pecadores e filhos
da cólera"(Da Concepção Virginal e Do Pecado Original, XXII).
R.: Não conheço tais palavras nos escritos verdadeiros de S. Anselmo, Bispo e Doutor da Igreja. Ao
contrário, o que ele diz sobre Maria é: ““Deus, que pôde conceder a Eva a graça de vir ao mundo
imaculada, não teria podido concedê-la também a Maria?”... “A Virgem, a quem Deus resolveu dar Seu
Filho Único, tinha de brilhar numa pureza que ofuscasse a de todos os anjos, e de todos os homens e
fosse a maior imaginável abaixo de Deus” (GM, p. 212).
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=ESCOLA&id=esc0087
[protestante] g. Bernardo de Claravaux(+ 1153 d.C), disse:
"EXCETUANDO CRISTO, todos os descendentes de Adão devem dizer: 'fui concebido em iniquidade, e em
pecado me concebeu minha mãe'"(Epístola 174, versos 7,8)
R.: S. Bernardo foi um dos maiores arautos e defensores dos dogmas relativos à Maria Santíssima. Sobre
Nossa Senhora, o santo faz um poema simbólico associado a citações de Cântico dos cânticos, e diz,
como se fosse Jesus dizendo à Maria: "Tu és inteiramente bela, ó minha mãe, e em ti, NÃO HÁ MANCHA
ALGUMA. Tu és belíssima - diz ele: - bela em teus pensamentos, bela nas palavras, bela em tuas ações,
bela desde o nascimento e até a morte; bela, fostes CONCEBIDA SEM PECADO, bela, no divino
nascimento, bela no sangue da Minha Paixão e extraordinariamente bela na magnificência da minha
ressurreição. Portanto, levanta-te, minha amiga, minha pomba, minha bela, MINHA IMACULADA, e
vem!...”
“Quando a Virgem das virgens foi conduzida por seu Deus e Filho, o Rei dos reis, diante da alegria dos
anjos, do júbilo festivo dos arcanjos, entre todas as aclamações do céu, eis que se realizava a profecia
de Davi que dizia ao Senhor: "A rainha se mantém à tua direita, vestida de ouro e com ornamentos
vários." Então, segundo a palavra de Salomão, "as jovens se levantaram e a proclamaram bemaventurada
e as rainhas, por sua vez, teceram-lhe louvores." "Quem é essa - dizem as virtudes celestes
- que se eleva, TODA PURA, toda branca, apoiada em seu Bem-Amado?"
(Oito homilias marianas; Homilia 7: A morte da Virgem e sua Assunção)
http://www.mariedenazareth.com/11512+M5d4caec169f.0.html