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quarta-feira, dezembro 16, 2009

KENOTICISMO - A Negação da Divindade de Cristo pelos protestantes

Caríssimos,


Venho neste artigo abordar essa heresia que muitos não conhecem e que vem sendo propagada cada vez mais no meio protestante. Chama-se Kenoticismo.


O que é Kenoticismo?


A Heresia chamada Kenoticismo tem sua base nos primórdios do Cristianismo com os Gnósticos, mas a forma que a conhecemos hoje tem sua origem no século XIX com os teólogos Luteranos Alemães Thomassius, von Frank, e Gess, ela ensina que Cristo despojou-se de determinados atributos divinos, tais como onisciência, onipotência e onipresença, ao tornar-se encarnado. Portanto, ao afirmar a humanidade de Cristo os kenoticistas negam a divindade do mesmo.


O Kenoticismo vem da palavra grega Kenosis que significa “esvaziamento”. O coração dessa heresia origina-se na errada interpretação de Fl 2,6-7:


“Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus,.mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens”. (Filipenses 2,6-7)



De posse dessa passagem os Kenoticistas afirmam que Cristo subtraiu sua divindade para torna-se apenas homem.


Os Kenoticistas atuais afirmam ainda que Cristo enquanto encarnado foi apenas homem e passou a ser Deus só após a ressurreição.


Apoiar a teoria da kenosis é admitir que Jesus não era plenamente divino.
Tal heresia tem ganhado um grande espaço no protestantismo, afinal é uma “ótima” manobra para negar que Maria seja Mãe de Deus.


A palavra grega 'Kenosis' se encontra na Epístola de S. Paulo aos Filipenses onde se pode ler: “[Cristo] existindo na forma (ou natureza) de Deus, não julgou que fosse uma rapina o ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de escravo, tornando-se semelhante aos homens, e sendo  reconhecido por condição como homem. Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até a morte, e morte de cruz!'(Filip, II, 6-7).


O termo “aniquilado”, em grego, é “ekenosen”, que literalmente quer dizer esvaziar-se, tornar-se nada. Evidentemente, este esvaziar-se ou aniquilar-se de Cristo não pode ser entendido literalmente. A Igreja sempre o explicou de modo análogo, isto é, que Deus se humilhou ao fazer-se homem, com a encarnação do Verbo.


Ao assumir a natureza humana, no seio da Virgem Maria, o Verbo de Deus se rebaixou até nós, seus servos, que somos “nada” se comparados com Ele. Deus assumiu a natureza humana sem perder a natureza divina. Mas, esta suprema humildade de Deus não O fez esvaziar-se, no sentido que Deus teria se tornado literalmente nada, um não ser, um vazio, sem substância.


Já Sto. Irineu tinha condenado a doutrina do esvaziamento de Deus que era defendida pelos gnósticos – os modernistas “avant la lettre”  – do seu tempo.


“13, 6. Se, além disto, disserem que [o Intelecto de Deus] não foi emitido fora, mas dentro do próprio Pai, é totalmente supérfluo dizer que Ele foi emitido, pois como poder-se-ia dizer emitido aquilo que estava dentro do Pai? A emissão supõe a manifestação do emitido fora do emitente. (...) Só se disserem que, como um círculo menor está contido num maior, e, dentro dele, um outro menor, ou que à semelhança de esferas ou de quadriláteros que envolvem esferas ou quadriláteros, o Pai contém dentro de Si todos as outras emissões dos Éons. Então, cada um deles estará incluído num outro um pouco maior, que, por sua vez, incluiria um menor, e, por isso, o último, o menor, que está no centro, estaria assim tão distante do Pai que não teria conhecido o Protopater.


'Ao dizer isto, incluem o seu Abísmo na série dos figurados e circunscritos, tornando-os, ao mesmo tempo, includentes e inclusores, e então são obrigados a admitir fora dele alguma coisa que o contenha, e prosseguir assim até o infinito o raciocínio acima sobre o que contém e o que é contido, e ficará claro que todos aqueles Éons são como campos fechados dentro de limites”


“13, 7. Mas, ainda mais: ou declaramos que ele é vazio, ou que tudo que lhe está dentro participa igualmente do Pai. Como os círculos ou as figuras redondas ou quadradas feitas na água todas participam da água, como as coisas construídas no ar ou na luz fazem parte do ar ou da luz, assim também aquelas que estão dentro dele participam do mesmo modo do Pai e não pode haver nelas nenhum lugar para a ignorância.


'Onde está a ação do Pai que tudo preenche? Se ele tudo preencheu, aí não deve haver lugar para a ignorância. Assim fica solucionada toda a teoria das degradações, das emissões da matéria e do restante da criação do mundo, o qual dizem eles, ser originada da paixão e da ignorância. Ao dizer que é vazio caem na pior das blasfêmias porque negam aquilo que n’Ele é espiritual.


'Como seria espiritual se não pudesse ao menos preencher aquilo que está dentro d’Ele?” (Santo Ireneo, Adversus haereses, II, 13,6-7).


Sto. Irineu, nos primeiros tempos da Igreja, já havia condenado esta idéia do vazio em Deus expresso na Gnose de Valentino:


“Ainda assim, de onde vem esse vazio? Se ele foi emitido por aquele que, segundo eles, é o Pai e o emissor de todas as coisas, então nele haveria  a mesma dignidade d’Ele e é parente dos outros Éons, e talvez seja seja ainda mais velho que eles. Se foi emitido pelo próprio Pai, é semelhante àquele que o emitiu e àqueles com os quais foi emitido. Há, portanto, necessidade absoluta que o Abismo e o Silêncio dele sejam semelhantes ao vazio, e por este vazio, é que os Éons restantes, porque são irmãos do vazio, eles também tenham a substância do vazio. Se, porém, não foi produzido, ele nasceu de si mesmo, foi gerado por si mesmo e é igual , no tempo, àquele que para eles é o Abísmo e o Pai de todas as coisas. Assim, o vazio é da mesma natureza, digno da mesma honra que, segundo eles, tem o Pai de todas as coisas. Portanto, é necessário que o vazio tivesse sido produzido por alguém ou por si mesmo ter-se produzido, e de si nascido. Mas se o vazio é o produto, vazio é o produtor, vazio é Valentino, vazios são os seus sequazes” (Santo Ireneu, Adversus Haereses, II, 4,2).


E continua Santo Irineu contra os gnósticos:


'Cairia também sua doutrina da sombra e do vazio nos quais, dizem, foi produzida a nova criação, se ela fosse feita no âmbito do Pai. Com efeito, se pensam que a luz paterna pode encher e iluminar todas as coisas que estão dentro dele, como poderia haver vazio e trevas nas coisas contidas no Pléroma e na Luz paterna? Eles deveriam indicar dentro do Pléroma ou do Protopai um lugar não iluminado e ocupado por algo, em que os anjos ou o Demiurgo fizeram o que quiseram. E não é lugar pequeno aquele em que foi produzida criação tão grande e extensa. Por isso devem imaginar dentro do Pléroma ou dentro de seu Pai um lugar vazio, informe e tenebroso onde foram criadas as coisas criadas. Então seu lume paterno terá o defeito de não saber iluminar e encher o que está em seu domínio. E mais, chamando essas coisas de produto da degradação e fruto do erro, introduzem o erro e a degradação no Pléroma e no seio do Pai.' (Santo Ireneu, Adversus haereses, II, 4,3).


O ensinamento da Igreja é totalmente diverso da doutrina da kenosis, pois que Pio XII chamou essa última doutrina de nefanda: 'Vai diretamente contra a profissão de fé do Concílio de Calcedônia, uma conhecida doutrina largamente difundida fora do âmbito da Igreja Católica e à qual deu ocasião aparente uma passagem de São Paulo aos Filipenses (Fil. II, 7) arbitrária  e erroneamente interpretada. Referimo-Nos à chamada doutrina 'kenótica', segundo a qual, se chega a despojar a Cristo da Divinidade do Verbo; invenção nefanda, que tão reprovável quanto o docetismo, seu contrário, reduz a nome vão e inconsistente todo o mistério da Encarnação e da Redenção' (Pio XII, Sempiternis Rex, Sobre o Concílio de Calcedônia, nº 31).



Vejam o que afirmam alguns sites protestantes:


Jesus era 100% Deus e 100% Homem. Mas Jesus nunca actuou na Terra como Deus.
Jesus foi em tudo tentado como nós, mas nunca falhou.


http://www.igrejamana.com/manafresco/index.php/regras-da-vida-crista/33-regara-no-10-dependa-sempre-do-espirito-santo


Esta é justamente a visão que me persuadiu, mediante a análise bíblica.
Jesus é 100% Deus e 100% homem, porém não ao mesmo tempo. Toda a autoridade ou poder que Ele possuía durante sua vida terrena estava baseado em sua vida de dedicação e temor a Deus.

http://www.webartigos.com/articles/854/1/a-natureza-de-jesus/pagina1.html


Verdadeiramente, quem se encarnou, como Jesus de Nazaré, não foi um tal de Deus Filho pré-existente (até porque que em nenhum lugar do Novo Testamento, Jesus é chamado de «Deus Filho», tão somente de «Filho de Deus», os quais são termos totalmente opostos), a segunda pessoa da Trindade.
http://www.doutrinasbiblicas.com/encarnacaologos_t/encarnacaologos.htm


Aceito facilmente a teoria de Kenôsis onde Jesus `esvaziou-se´ dos poderes divinos, talvez, retendo somente os conceitos morais..
http://www.sorocaba.com.br/index.php?local=colunistas&id=espiritualidade&ler=1170420993
.
Se Jesus era o próprio Deus, então toda esta ênfase estaria fora de lugar, visto que o próprio Deus não pode morrer..
Jesus não precisaria de salvação se ele fosse Deus.. A superioridade de Deus sobre ele é demonstrada no fato de que Deus exaltou Jesus e na separação entre Deus e Jesus..
De modo algum Cristo poderia ter sido "o próprio e eterno Deus (com) duas...naturezas...Deidade e humanidade", como declara o primeiro dos 39 Artigos da Igreja da Inglaterra. Pelo próprio significado da palavra, um ser pode ter apenas uma natureza. Nós sugerimos que a evidência de que Cristo tinha natureza humana é esmagadora.
http://www.biblebasicsonline.com/portuguese/08/0804.html


A mortalidade e a imortalidade são características absolutas. Não se pode ser as duas coisas. Deus é imortal, e não pode morrer. Jesus morreu.
http://www.god-so-loved-the-world.org/portuguese/docs/quemsomos.htm#jesus_e_homem_nao_deus






Portanto, vemos que tal doutrina nega que Cristo tenha sido Deus enquanto encarnado.

Eis o protestantismo cada vez mais herético!



Jefferson Nóbrega
Pax et Bonvs.
In Praelio



http://praelio.blogspot.com/2009/11/kenoticismo-negacao-da-divindade-de_05.html

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