O ABORTO
A vida precisa ser respeitada desde o ventre materno. Precisamos colocar a vida em primeiro lugar. Madre Teresa de Calcutá nos disse, quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1994, que o aborto é pior do que a guerra e pior do que a fome. Maria tinha todos os motivos para abortar Jesus, estava grávida antes de casar e não era filho de seu noivo. Ela seria apedrejada por adultério, pois, quem iria acreditar que ela grávida do Espírito Santo.
Certa vez vi num cartaz numa Faculdade pública parai-bana a foto do Papa João Paulo II “grávido” e a seguinte pergunta: “E se fosse Vossa Santidade?” Ou seja, se o Papa ficasse gestante provavelmente vítima de um estupro, o que ele faria. Bem, no mínimo teria que ser coerente e deixar a gestação fluir livremente. Mas, isso é uma ficção, vamos para fatos reais, sabemos que várias freiras virgens foram e são estupradas em períodos de guerras e invasões inimi-gas mundo afora.
Mas, elas não cometem aborto, doam para instituições católicas que cuidam de crianças. No Brasil, existem tais instituições e as mães que não abortaram, mesmo sendo vítimas de estupro, se sentem satisfeitas por tal gesto. Claro, foram acompanhadas psico-espiritualmente por pessoal habilitado.
Desde 1983, o Código de Direito Canônico da Igreja, renovado pelo Papa João Paulo II, trata como excomungado de forma latae sententiae da Igreja todos aqueles que pra-ticarem o aborto ou ajudarem na sua prática. Por isso que quem se arrepende de provocar um aborto (e a maioria se arrepende amargamente) deve procurar um sacerdote para se confessar, e passar a freqüentar ainda mais a Igreja.
Atenágoras (falecido em 181 d.C.), antigo filósofo de Atenas, que é o autor da “Súplica pelos cristãos”, obra feita e oferecida ao imperador romano Marco Aurélio disse: "...Os que praticam o aborto cometem homicídio e irão prestar contas a Deus, do aborto.Por que razão haveríamos de matar? Não se pode conciliar o pensamento de que a mulher carrega no ventre um ser vivo, e portanto objeto da Providência Divina, com o de matar cedo o que já iniciou a vida..."(Súplica pelos cristãos, 3, 10)
Desde seu início, a Igreja Católica Apostólica Roma-na, sempre foi contra o aborto, ou seja, ao assassinato de uma criança que ainda está no útero da mãe.
Ainda no pri-meiro século, verificamos um testemunho desta desaprovação na “Didaqué”, que é a Primeira Catequese, os Primeiros En-sinamentos Cristãos registrados além da Bíblia. Desde o Concílio de Elvira, no início do quarto século, impuseram penas severas aos acusados pelo crime de aborto.
Porém, até pouco tempo, os cientistas sempre tiveram dúvida sobre o momento em que se tem início a vida humana: seria logo após a concepção, ou após a fecundação do óvu-lo? Ou haveria, conforme Aristóteles, um intervalo de 40 ou 80 dias (cerca de 1 mês e meio ou 2 meses e meio), en-tre a concepção e a animação do feto (presença de uma al-ma)? A dúvida da ciência vinha pela falta de maiores meios de se realizar as pesquisas.
E isso fez com que vários teólogos católicos, de forma isolada, resolvessem a ques-tão da eliminação do feto antes do 40.º dia (no caso dos indivíduos masculinos) ou antes do 80.º dia (no caso dos indivíduos femininos), sem muita severidade. Porém, o a-borto sempre foi condenado pela Igreja. A questão era ape-nas ter certeza sobre a existência ou não, de um verdadei-ro ser humano no ventre de uma mulher, desde o exato ins-tante da sua concepção.
Mesmo assim, até hoje, ainda se afirma que a Igreja Católica permitiu o aborto desde o século IV (4) até o sé-culo XIX (19), num total de cerca de 15 séculos, ou seja, 1.500 anos! Mas isso não é verdade, pois, desde o primeiro século, a Igreja tem total consciência de que o aborto é um pecado grave. A Didaqué, o primeiro catecismo cristão, datado entre os anos de 90 a 100 d.C.,
"Não matarás, não cometerás adultério... Não matarás criança por aborto nem criança já nascida" (2,2).
A legislação da Igreja oficializou esse modo de pen-sar, atribuindo sérias punições para o crime de aborto. Assim, o Concílio de Ancira (hoje Ancara), na Ásia Menor no ano de 314, cânon 20, fala de uma norma que os concili-ares diziam ser antiga, na qual as mulheres culpadas de aborto ficavam excluídas das assembléias da Igreja até sua morte. Então, o referido Concílio diminuiu o rigor dessa penalidade para dez anos de exclusão, ficando assim defi-nida:
"As mulheres que fornicam (têm relações sem matrimô-nio) e depois matam os seus filhos, ou que procedem de tal modo que eliminem o fruto de seu útero, segundo uma lei antiga, são afastadas da Igreja até o fim da sua vida. Todavia num trato mais humano, determinamos que lhes sejam impostos dez anos de penitência segundo as etapas habitu-ais" (Hardouin, Acta Conciliorum; Paris 1715, t. I, col. 279)1
Outros Concílios mantiveram a posição de condenação sobre o aborto, foram eles: O Concílio de Elvira na Espa-nha em 313 aproximadamente, cânon 63; o de Lerida, em 524, cânon 2; o de Trullos ou Constantinopla, em 629, cânon 91; o de Worms em 869 cânon 35...
O ser concebido já é um ser vivo, pois tem as carac-terísticas de um ser vivo: nasce, vive, cresce, reproduz-se e morre. O que se origina da união das células germi-nais de um homem com o de uma mulher é um ser humano. Ele é um ser com individualidade própria, que embora seja for-mado pelas características genéticas de seus pais (cerca de 20.000), se diferencia do pai e da mãe que o geraram. É um ser único e que nunca será repetido.
Na décima semana da concepção (cerca de 2 meses e meio), todos os órgãos já estão formados e funcionando. Da décima semana em diante, apenas aumentam de tamanho e são aperfeiçoados, durante a vida. O tecido nervoso é um dos primeiros a serem formados.
E com as técnicas modernas de observação, podem ser verificadas as variações elétricas (eletroencefalograma) ao atingir as seis semanas da concepção (cerca de 1 mês e 15 dias). Se no futuro, as técnicas forem ainda mais aperfeiçoadas, isso poderá ser percebido bem antes.
Aos 17 dias já estão formados os glóbulos vermelhos e brancos do sangue, e começam a ser impulsionados por um coração ainda imperfeito. O feto percebe as sensações. Os ruídos que aborrecem deixam ele inquieto, e os sons suaves deixam ele tranqüilo no barriga da mãe. Experiências no interior do útero, demostram que o contato com um instru-mento estranho causa um movimento de fuga por parte do próprio feto.
O feto tem vida afetiva. Inquieta-se quando a mãe es-tá nervosa; e dorme quando a mãe descansa tranqüilamente. Quando está aborrecido, chupa o dedo ou dá cambalhotas, conforme se pode comprovar por fotografias e ecografias. Quando se coloca no interior do útero uma substância doce, ele a engole, e quando a substância não lhe agrada, ele a recusa.
A ciência sabe que o espermatozóide leva as carac-teríticas do pai, e o óvulo contém as da mãe, e que quando o óvulo é fecundado, passa a se chamar ovo, e já possui em si todas as caracteríticas físicas, e algumas de “compor-tamento”. E mais, a nossa Igreja define que recebemos uma alma humana no instante da concepção (Catecismo da Igreja Católica 2270, 2271, 2378). Sendo assim, no instante da fecundação já se tem um novo ser humano, que estará em pleno desenvolvimento até a fase adulta.
A medicina mundial reconhece que a vida humana começa no instante da fecundação do óvulo pelo espermatozóide. A nossa Lei Brasileira também reconhecia, bem como o Pacto de São José da Costa Rica (art. 4.º, par. 2), que é um Tratado Internacional ao qual o Brasil já havia aderido, ou seja, concordado e se unido a ele. A Magna Carta Nacio-nal, ou seja, a Constituição Brasileira, garantia total direito à vida a todo ser humano (art. 5.º).
E estes artigos são do tipo pétreas, ou seja, não podem ser modificados nem por Emenda Constitucional (art. 6.º, par. 4, inciso IV da Lei Suprema).
No entanto, instituições mundiais como a Unicef, ONU (Organização das Nações Unidas) e a própria Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como muitos políticos brasilei-ros e internacionais, e também certa parte da Mídia (Meios de Comunicação de Massa), estão defendendo com todo gás o aborto, especialmente nos casos de gestações que tenham sido frutos de estupro. Bem, neste caso, além da mãe não ter planejado tal gravidez, esta gestação acaba sendo até traumática e indesejável pela mulher, mas, menos culpa, aliás, culpa alguma, tem o bebê.
Veja, Deus a poupou de ser morta, pois, ela saiu do estupro viva, mas, ainda as-sim quer matar o bebê. Sei que a situação é complicada, não estou na pele dela, mas, a vida tem que prevalecer, ela tem que lutar em Deus contra tal rejeição à criança, e se não for criá-la, doe com responsabilidade, mas, que prevaleça a vida. Orações de Cura Interior e acompanhamen-to psicológico seriam fundamentais nestes casos.
Mas, como é realizado um aborto? Além do procedimento milenar de se ingerir “remédios assassinos” feitos a base de certas ervas ou mesmo de origem laboratoriais, podemos citar o Dr. Bernard Nathanson que escreveu o livro “The hand of God” (A mão de Deus).
Lá, ele como ex-abortista, explica como se faz abortos. Ele fala da técnica de aspi-ração criada por Bykov em 1927, onde se suga o feto. Isso faz com que ele se debata no interior do útero querendo fugir, se proteger. Quando seus pequenos membros são ar-rancados aos pedaços, abrem a boca, gesto chamado pelo doutor de grito silencioso. O qual, só Deus escuta, mas, ecoa nos corações daqueles que têm sentimentos humanos.
Outro método utilizado em abortos é o de corte, ini-ciado durante os anos de 1960 a 1970 no início da gesta-ção. É uma técnica de raspagem onde se separa o feto e o corta em pedaços, causando em 85% dos casos,grave hemorragia na mãe que está praticando tal aborto. Nenhuma parte do pequeno ser pode ficar dentro da mãe, pois, pode gerar séria infecção e levá-la a morte.
Existe também a aplicação de uma injeção que contém em si certa substância salina (sal) junto certa dose de veneno específico. Embora o nome pareça inofensivo, tal substância é na verdade mortal veneno. O veneno é aplicado no líquido amniótico no qual o bebê está mergulhado no ventre da mãe e no qual se alimenta. O bebê então ingere tal substância mortal e vem à óbito. Tal meio é geralmente aplicado em fetos com mais de 18 semanas (cerca de 4 sema-nas e meia). Neste caso, o bebê morre em 24 horas, é expe-lido pela mãe.
O ato de se queimar o inocente ser é pouco utilizado, mas, acontece. Por fim, o aborto pode ser feito através de cesariana quando o feto já pesa mais de 1kg. Depois disso, ele é jogado no lixo, ou quem sabe, fica exposto em vidros com conservantes para estudos e observações. Qualquer que seja o método abortivo, gera-se dor e sofrimento ao ino-cente filho (a) de Deus, tanto é verdade que já se pede que se anestesie o feto antes do aborto, onde este é con-cedido por Lei. Com as devidas exceções, é importante lem-brar que, onde o aborto é permitido por Lei, este pode ser realizado em qualquer período da gestação, mesmo aos nove meses.
Anencefalia - O Anencéfalo
Sendo assim, e quanto ao anencéfalo? Ele deve ser morto antes de nascer? A criança anencéfala é aquela que nasce praticamente sem cérebro, apenas com um cerebelo e hipotálamo mal formados e sem crânio (parte óssea que pro-tege nosso cérebro). Logo, de acordo com o pensamento dos que estão a favor do aborto, seria um ser sem “alma”. Ou seja, não seria uma pessoa.
Sendo assim, pode ser destruí-do. Porém, o fato de não se ter cérebro, não significa que não se tem vida, ou mesmo uma alma (espírito). Mesmo que o anencéfalo fôsse sustentado unicamente pela vida da mãe, é um ser vivo. Talvez, por não ter cérebro, nem sentiria a dor do método abortivo usado, não sei,mas, o fato é que ele está vivo, e isso basta!
Os abortistas apelam ainda para o fato de que o anen-céfalo, por morrer logo assim que nasce, deveria ser abor-tado antes. Ou, que pode morrer dentro do ventre da mãe, bem como ter graves complicações, causando sério risco à ela. Porém, riscos de vida numa gestação podem acontecer em outros tipos de gravidez, e cabe a mãe fazer correta-mente o pré-natal e sendo descoberto o caso, buscar o tra-tamento adequado a tempo. Contudo, o anencéfalo pode nas-cer e viver certo tempo. Porém, como vive sem cérebro? Co-mo é a vida dele?
Para entendermos um pouco sobre isso, vamos pegar o exemplo de Monika Jaquier, da Suiça, que segundo o Comitê Pró-vida (pela vida) de Anápolis, no dia 18 de julho de 2000 às 17h21min deu à luz uma menina anencéfola de nome Anouk, que viveu 13 horas. Por volta dos 5 meses de gesta-ção seu ginecologista descobriu a presença de um fibroma em seu útero, que poderia ser fatal na hora do parto.
Além do fibroma foi percebida anencefalia no feto.
Devido a problemas na quantidade de líquido amniótico o cérebro estava mal formado, faltando a calota craniana e a pele que a envolve. A criança morreria pouco tempo após o nascimento. A mãe, muito cristã, não quis abortar de forma alguma. O fato é que poderia haver uma produção maior de tal líquido, mas, com o devido acompanhamento médico, se pode controlar e até mesmo parar tal produção. Enfim, a preocupação era a própria criança. Monika e seu marido C-hristophe decidiram manter a gestação.Mas, é bom lembrarmos que a anencefalia pode ser parcial. Porém, acontece ainda de certas ultrassonografias falharem até mesmo na descrição da quantidade de fetos no ventre materno, e inclusive na própria certeza de gravidez. Sendo assim, o diagnóstico de anencefalia pode, e falha, mesmo próximo ao parto. Ou seja, um diagnóstico errado pode levar a morte um feto saudável.
O fato do bebê estar vivo e nascer com o coração ba-tendo, nos leva a pensar o quanto devemos valorizar a vi-da. O feto não pertence aos médicos, este filho não per-tence a mãe em primeiro lugar, mas sim, a Deus. Nem sequer nosso corpo nos pertence, para que possamos dizer que po-demos fazer o que quisermos com ele, inclusive o aborto, e pronto. Nosso corpo, nossa vida, pertencem a Deus (1.ª Co-ríntios 6, 19-20). Cabe a Deus tirar, ou não, a vida do anencéfalo assim que morre, ou no tempo que for.
O fato é que existe uma linha da vida no ser vivo. Ele nasce, vive e morre. E isso não deve ser interrompoido através de mãos humanas. Quer seja por meios artificiais contra a gravidez, suicídios, assassinatos, e antecipação da morte (eutanásia). Mas, aí você poderia dizer: “Quer dizer que se eu souber que vou ter um infarto se não me cuidar, eu deveria deixar as coisas acontecerem pois está seria a linha da vida traçada por Deus?!”.
Claro que não. Se você se cuidar estará preservando a vida, se alguém tem sua morte “antecipada” está se cultuando a morte. Nós não cultuamos o sofrimento mas precisamos tirar proveito espi-ritual dele. Além disso, quando Deus quer levar mesmo não tem aparelho que sustente vivo ninguém!