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segunda-feira, dezembro 20, 2010

Natal e os pagãos

“É por ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado, a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome” (Rm 1, 5), diz São Paulo na Liturgia deste domingo. Trazer à obediência da fé os povos pagãos sinaliza aqui uma necessidade: conversão. Contemplamos, na oração do Rosário, o terceiro mistério luminoso pensando justamente no anúncio do Reino de Deus. Cristo se faz carne, habita entre nós, para trazer de volta à vida aqueles que residiam nos vales da morte, aqueles que estavam na enfermidade do pecado. Com efeito, Ele veio para os enfermos, aos que urgia a necessidade de acolhimento.
E os Apóstolos entenderam isto. Tanto bem entenderam que escreveram cartas às primeiras comunidades cristãs manifestando justamente esta necessidade da saída do paganismo politeísta para a luz do Evangelho cristão. É observando o belo testemunho de coragem dos primeiros bispos da Igreja que deploramos com todas as nossas forças um mal-entendido ecumenismo que sacrifica as verdades da nossa fé e supervaloriza culturas cujos princípios estão muitas vezes em radical contradição com as palavras de Cristo. Quando Jesus nos pedia que fôssemos obedientes e humildes, quando nos mandava servir ao próximo, não queria dizer que deveríamos nos prostrar diante de ideologiazinhas enganosas e estapafúrdias. A mentira é filha de Satanás e é nosso dever denunciar as obras das trevas.
Trazer as pessoas ao Cristianismo… é um trabalho árduo, deve-se dizer. Mas, é preciso que nos convençamos de que só vamos conseguir isso quando praticarmos de verdade aquilo que nos pede Jesus Cristo. Porque de que valem palavras sem exemplos? Ora, foi justamente a misericórdia dos cristãos, a capacidade que eles tinham em perdoar, em amar até mesmo os inimigos – coisa considerada absurda até então – que conquistou os pagãos. Um cristão que não ama, que não perdoa, que não honra a Deus servindo ao seu próximo, essa pessoa é um antro de perdição, pois, intitulando-se cristã, escandaliza os mais fracos e desorienta os já obstinados no pecado.
O chamado de Cristo para nós é que sejamos verdadeiros exemplos, “a fim de podermos trazer à obediência da fé todos os povos pagãos, para a glória de seu nome”.
Mas, quem são os pagãos de hoje? Com efeito, o paganismo moderno se reveste de vários modelos que a priori parecem sedutores ao homem. Começando pela radical negação de Deus e até mesmo de qualquer benefício advindo da religião, os pagãos podem até mesmo disfarçar-se de cristãos para tentar derrubar a fé dos que crêem. Aludimos, de uma maneira especial, àqueles que negam qualquer forma de manifestação do Sobrenatural no cotidiano do homem. O nascimento de Cristo é justamente essa intervenção de Deus na história. A mãe de Jesus, Maria Santíssima, “ficou grávida pela ação do Espírito Santo” (Mt 1, 18). Contrariando o costume – que é a concepção através da fecundação de um óvulo por um espermatozóide -, temos diante de nós uma Virgem grávida. Que acontecimento estupendo! E que estupidez tremenda a distorção que muitos hoje fazem do Evangelho, alegando “reinterpretar” a Palavra de Deus aos tempos modernos, como se a concepção de Jesus já não fosse, naquele tempo, um escândalo.
Ora, por que negar a possibilidade de milagres, se nós mesmos sabemos que nosso conhecimento da ordem natural é imperfeito? Como podemos ter tanta certeza de que vai sempre ser daquele jeito, se a experiência passada não confirma necessariamente eventos futuros? Graças à sabedoria dos homens que creram, o Cristianismo foi sendo espalhado pelo mundo inteiro; graças à fé de pessoas fascinadas pela história do filho de carpinteiro que foi crucificado para remir os pecados dos homens, hoje, a mensagem do Natal pode ser anunciada aos quatro cantos do mundo.
Pois bem, o Natal se aproxima. Será que já convidamos para a nossa festa Aquele que festeja Sua natividade? Quando nos reunirmos com nossas famílias, na noite desta bela festa cristã, não nos esqueçamos de chamar para cear conosco o menino Jesus, que se fez carne para salvar-nos a cada um de nós. Convidemos também Sua Mãe, Maria, para que nos ensine a dizer sempre “sim” às palavras do Cordeiro.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

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