Maria e a Evangelização
Por: Padre Nicolas Schwizer
Tradução: Lena Ortiz
O que significa evangelização?
É, simplesmente, a tarefa que Cristo encomendou a sua Igreja, quando
disse a seus discípulos: “Ide
por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”
(Mc 16,15). Evangelizar é proclamar a Boa Nova do infinito amor que
Deus nos tem e que nos manifestou através de Jesus Cristo. E como
realizamos essa proclamação? Não é somente predicar ou falar do
Evangelho. Evangelizar é tudo o que a Igreja faz para que a luz do
Evangelho vá penetrando a vida dos homens.
É um processo complexo e gradual que
inclui também o testemunho de vida, a conversão do coração, a
participação na comunidade e os sacramentos e, finalmente, que o
homem evangelizado se torne, evangelizador e missioneiro (Evangelii
nuntiandi). Esses são os passos da evangelização.
Agora:
o que significa a Evangelização para nós? O que podemos fazer para
nos converter em instrumentos e protagonistas? Creio que nosso
aporte:
ser e construir família; como também o anuncio da paternidade de
Deus e de nossa própria paternidade. Outra
contribuição fundamental para a Evangelização é oferecer a
Igreja e al mundo de hoje: nossa imagem original da Santíssima
Virgem.
A Virgem Maria
Nossos povos são profundamente
marianos. Veem a Virgem como a grande Advogada de suas necessidades
diante de Deus. Mas sua devoção requer ser iluminada e completada.
O Padre Kentenich nos mostrou a verdadeira imagem de Maria: Ela não
apenas é Intercessora diante de Deus, mas também o grande Modelo e
a Mãe Educadora do povo de Deus. Isso se manifesta de forma original
nas três graças
do Santuário:
A graça do acolhimento espiritual
que nos arraiga não apenas em seu coração maternal, mas que nos
conduz ao coração de Deus Pai e nele nos faz sentir filhos
queridos.
A graça da transformação interior
que nos estimula a educar-nos e nos converter em homens novos segundo
o modelo de Cristo e Maria.
E
a graça da fecundidade apostólica mediante a qual ela nos educa a
ser seus instrumentos e colaboradores de Deus.
Maria é chamada “Estrela da
evangelização”. Ela é nosso modelo e guia, a primeira
evangelizadora da
história. Quando o anjo lhe anunciou que Deus a havia escolhido para
ser a Mãe de seu Filho, Ela não se encerrou e partiu para perto de
sua prima. Queria ajuda-la. Pero também queria dividir com Isabel a
alegria do Evangelho. Queria comunicar-lhe a Boa Nova de que o
Messias, esperado durante séculos, havia chegado. Seu canto de
louvor, o Magnificat, constitui o primeiro anuncio do Evangelho de
Jesus mediante a voz humana. Maria se converteu na primeira
evangelizadora da Igreja.
É também a grande Estrela de
evangelização do
continente americano.
Há séculos o Evangelho chegou a bordo da caravela de Colombo, a
“Santa Maria” ‑ nome mais que simbólico. Desde aquele 12
de outubro, a Santíssima Virgem tem presidido a façanha
evangelizadora de nosso continente. E no rosto mestiço da Virgem de
Guadalupe, se realizou a fusão vital entre a fé vinda de ultramar e
a sensibilidade própria dos povos indígenas. Quando Maria imprime
sua imagem na manta do índio Juan Diego, Ela, Cristo e o Evangelho
se tornam latino americanos.
Com o Padre Kentenich estamos
convencidos que Deus está cambiando seu método. Até nosso século,
a Virgem permanecia em segundo plano. Mas em nossos dias, Deus a
coloca mais e mais em
primeiro plano.
Esta é a mudança de tática de Deus: manifestamente quer que Maria
passe, de modo extraordinário, ao primeiro plano de nosso campo
visual. Com isso, Deus quer vincular o mundo inteiro a pessoa da
Santíssima Virgem, quer que se consagre a Maria, que firme uma
Aliança de amor com Ela.