Em
intervenção corajosa, o deputado Pastor Eurico lembrou da indignidade
da animadora de programas infantis - e ex-atriz pornô - ao se apresentar
como porta-voz do Disque 100 - para denunciar abusos enquadrados pela
lei da palmada, digo, lei menino Bernardo, ao que a tarimbada
comunicadora respondeu com um gesto com as mãos imitando um coração, com
a carinha cheia de de uma bem treinada ternura.
O pastor referia-se ao filme Amor, estranho amor, no qual Xuxa se deita com um menino de 13 anos. Foram palavras do deputado: “a conhecida rainha dos baixinhos, em 1982, provocou a maior violência contra as crianças em um filme pornô”.
Com
a devida vênia ao nobre deputado, não considero a participação de Xuxa
como promotora da lei da palmada - ops, de novo, perdoem-me, lei menino
Bernardo - como inadequada. Ao contrário, penso que não poderia ter sido
escolhida uma representante melhor. Como costuma dizer o jornalista
Reinaldo Azevedo..."perceberam a sutileza?"
Xuxa não mediu esforços para subir na carreira: foi modelo, atriz pornô, usou o Pelé como escada e na vinheta do seu programa na década de 80 se exibia em trajes mínimos e apertadinhos, terminando com um close no shortinho e em seguida piscava para a câmera, em tomadas muito semelhantes aos de uma apresentação de strip-tease. Não posso deixar de confessar: eu e meu irmão ficávamos hipnotizados!
Para
termos uma noção da falta de juízo do nosso povo, a nossa rainha foi
aos Estados Unidos conquistar o coração dos baixinhos de lá, mas ao que
parece, as mães americanas não engoliram seu currículo, e a
apresentadora voltou ao Brasil alegando problemas com a coluna. Ora,
quem sofre sabe que coluna é como porta de geladeira: não tem conserto!
Todavia, pouco tempo depois, ela já estava pulando sassariqueira em seu
programa no Brasil...e nunca mais reclamou das tais dores...
A declaração do deputado Pastor Eurico pôs a sessão em polvorosa, e os cristãos pra-inglês-ver correram para defender a rainha dos baixinhos.
Segundo o Portal IG, "O
deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) falou em seguida e declarou que a
posição do Pastor Eurico não é a mesma da bancada evangélica. Após a
sessão, o PSB, por meio de nota, informou que o Pastor Eurico foi
destituído da vaga na CCJ. "A decisão foi tomada em função da postura
adotada pelo parlamentar durante a reunião ordinária desta quarta-feira
(21), na qual o mesmo se pronunciou de forma intolerante, desrespeitosa e
desnecessariamente agressiva em relação a Sra. Xuxa Meneghel."
Como
assim, Garotinho? Você é mais evangélico que os outros? É você quem
fala pelos outros deputados? Eles lhe devem obediência por suas
convicções?
Neste sentido, tive ontem mesmo uma conversa por meio do chat do Facebook com o Professor Hermes R. Nery, especialista em Bioética pela PUC-RJ, um profundo estudioso e conhecedor da defesa da vida e da família, que me disse:
"Ele foi expulso da CCJ, na hora, algo inédito na história do parlamento...o que fizeram com o pastor Eurico foi um absurdo...mas eles não tem como agir, não sabem se articular...ou ficam acuados ou ficam histéricos...ora,
ele é um deputado, ele tem prerrogativa, não poderia aceitar esta
expulsão...esse pessoal não conhece o que pode fazer, o que o Regimento
Interno da casa permite...quando fui Presidente da Câmara na minha
cidade (1), conseguimos fazer a Reforma da Lei Orgânica - a primeira
pró-vida do Brasil, porque a primeira coisa foi ter estudado, a fundo, o
Regimento Interno...mesmo minoria, é preciso ser inteligente e
problematizar nesta hora...o deputado Eurico tinha que entrar com uma
questão de ordem, e reagir, na hora, amparado no Regimento Interno. O caso dele abre um precedente perigoso... é nessa hora que vemos o despreparo dos nossos deputados...eles acabam sendo intempestivos e primários..."
As
declarações do Dr. Hermes Nery coincidem com a de outro grande
conhecedor em sua área de atuação, Bene Barbosa, do Movimento Viva
Brasil, em defesa do direito dos cidadãos portarem armas, isto é, de que
os nossos congressistas conservadores são apenas intuitivos,
faltando-lhes estudo e articulação.
Os
americanos têm grande experiência no assunto: debatem os argumentos
seus e dos seus opositores e os analisam friamente; testam seus
argumentos colocando-se no lugar dos seus adversários, em debates
internos; estudam oratória e analisam filmes de suas atuações para
aprimorá-las.
Já
é hora de os nossos políticos que pretendem defender a vida, a família e
a propriedade prepararem-se. Aqui em Belém o Major de Exército Marcelo
Rondon tem se encontrado comigo e com o blogueiro conservador Leonardo
Bruno para adquirir conhecimento e desenvolver seus argumentos, bem como
aprender a se defender dos argumentos adversários, sobretudo os
maliciosos. Nós já temos um know-how suficiente para oferecer, desde
Olavo de Carvalho até este que vos escreve, mas entristece-nos que os
políticos sedizentes de oposição prefiram bater com o nariz no chão.