Chamados a ser apóstolos
Texto de Padre Nicolas Schwizer.
A santificação é o fundamento do
apostolado. O grau de auto santificação deve corresponder ao grau
da atividade apostólica e vice-versa. Então, “aquele
que quer ser apóstolo até a raiz, há de alcançar o grau mais alto
possível de auto santificação”
(Princípios Gerais, pág. 91). E este é o caso dos membros de
Schoenstatt.
Mas não se trata somente de nos
educar e nos santificar para o apostolado universal, senão também
de nos educar e nos santificar através do apostolado. É dizer: o
apostolado é também um meio
poderoso no caminho
para a santidade. Concluindo podemos dizer que o melhor apóstolo e o
melhor preparado para o apostolado, é o mais santo.
Como membros de Schoenstatt, todos
estamos chamados a ser apóstolos e a ter um espírito marcadamente
apostólico. É nossa vocação ao apostolado universal.
No ano 1928, o Padre deu uma
definição
do homem apostólico. Dizia: “O
apóstolo é um homem que, partindo de uma profunda vinculação a
Deus, se empenha permanentemente e com todos os meios, pela salvação
das almas imortais” (Princípios
Gerais, pág. 86).
Deus, fonte de nosso apostolado
Nesta definição há algo essencial
para o apostolado cristão e schoenstattiano: a vinculação
a Deus. Todo
apostolado deve ter sua fonte no amor a Deus. O amor ao próximo deve
ser acendido no amor a Deus, é projeção, é prolongação do amor
a Deus.
Isto me lembra algo que li alguma
vez: O abade Pierre,
famoso sacerdote francês, que havia fundado uma organização para
ajudar aos mais pobres - os trapeiros de Emaús - visitou a Argentina
nos anos 60. E aconteceu que viajando de Buenos Aires a Montevidéu
seu barco afundou num grande acidente. Ele conseguiu se salvar porque
uma senhora lhe lançou uma madeira que flutuava, e permaneceu assim
umas horas à deriva. No dia seguinte, os periodistas lhe perguntaram
o que havia pensado diante da iminente possibilidade da morte:
Mirem
- lhes disse - eu
creio haver passado minha vida com uma mão estendida para os demais
e eu estava seguro que estendendo uma mão para os demais, a outra
mão Deus a sustenta”.
Parece-me uma resposta maravilhosa de
parte de um dos grandes apóstolos do nosso tempo. E é também como
um símbolo
do que estamos falando: o verdadeiro apóstolo tem uma mão estendida
para Deus e a outra para os irmãos.
Devemos nos perguntar se a fonte de
nosso apostolado é realmente Deus. Ou se fazemos apostolado por uma
tendência natural a atividade, ou por um afã de luzir, ou talvez
por puro ativismo. Em tais casos estaríamos construindo sobre areia,
e não sobre fundamento firme.
A salvação das almas imortais
O apóstolo se empenha pela salvação
das almas imortais.
Este zelo pelas almas caracterizava aos grandes
apóstolos de todos
os tempos. São Inácio dizia: “Se
pudesse morrer mil vezes ao dia, morreria com gosto para salvar uma
só alma”. E
também seu grande discípulo, São Francisco Javier, quando uma vez
batizou uma criança moribunda, comentou: “Isto
já me recompensa da longa e penosa viagem que tive que fazer para
chegar as Índias”.
Santa Catarina de Siena, que por sua atividade apostólica fez um bem
extraordinário para o Reino de Deus, dizia de si mesma: “Minha
natureza é de fogo”.
Isso me lembra umas palavras que o
Padre nos dizia neste contexto: “Com
um pedaço de gelo não é possível fazer fogo”.
Levamos um fogo dentro que quer acender a outros corações? O Padre
Kentenich tinha,
sem dúvida, esta natureza de fogo. Uma vez afirmava: “Durante
toda minha vida me guiou um único grande ideal: Deus e as almas.
Tudo o demais é secundário para mim, é subordinado
consequentemente a esta única grande ideia de minha vida…Dia e
noite - assim se pode dizer com razão - tenho vivido e trabalhado em
meu atelier secreto exclusivamente para as almas…”
Perguntas
para a reflexão
1. Sou uma
pessoa apostólica?
2. Posso
enumerar meus apostolados?
Tradução de Lena Ortiz
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Padre Padre Nicolas Schwizer.